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Eleições

Márcia Moreno Campos
Publicado em 01/08/2022 às 19:06Atualizado em 18/12/2022 às 21:36
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Eleição chegando e a não ser pelo fato de o Presidente da República desacreditar constantemente a segurança das urnas eletrônicas, tudo está como sempre foi. A paixão vencendo a razão e teimando em dissociar desejo de realidade. Os dois polos da disputa contam com eleitores inflamados, dispostos a tudo para ver seu lado vitorioso no pleito. Essa defesa intransigente é motivada pela emoção, que embala a vontade de derrotar nem que seja por interposta pessoa, um vizinho, um amigo, um parente, e poder comemorar, dizendo eu venci. Se o candidato é tudo isso que ele espera, parece irrelevante, nada mais que um detalhe. A aura de super-herói já se cristalizou. Rios de dinheiro em propaganda, mídias sociais, cooptação, fazem o serviço de lavagem cerebral. Não importa a real situação do país. Esquecem os malfeitos, as oportunidades perdidas, as omissões, a corrupção, as agressões ao sistema democrático, os descumprimentos das promessas, e focam apenas na ilusão delirante de um futuro promissor, porque é nisso que querem acreditar. No cenário atual, temos o agravante de que ambos os candidatos com chances de vitória já foram testados. E nem isso é levado em consideração. A rejeição a um ou a outro fala mais alto. O eleitor, eterno crédulo de plantão, insiste em votar movido pela ilusão.

Quanto aos deputados, repete-se a cantilena de que é fundamental eleger muitos por município para garantir polpudas emendas. Ora, como votam nossos deputados? Poucas pessoas querem saber. Não importa se contrariam interesses do povo em votações de projetos importantes, conchavados que estão com o Poder Executivo para receber recursos, mesmo que secretos, que lhes garantam a reeleição. Se eles foram eleitos, podem tentar mudar isso, mas preferem seguir as regras do jogo a desafiar o sistema.

O tempo vai passando e agravando a descrença daqueles que agem com a razão e ponderam sem fanatismo o que pode ser melhor para o país.

Ainda assim, compete-nos zelar pela democracia e jamais aceitar falas e gestos golpistas, sejam de quem for.

Marcia Moreno Campos

Integrante do Grupo UBP

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