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Os novos tempos trazem, consigo, muitas transformações interessantes, facilitando a vida das pessoas

Terezinha Hueb de Menezes
thuebmenezes@hotmail.com
Publicado em 09/04/2011 às 19:56Atualizado em 17/12/2022 às 07:10
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Os novos tempos trazem, consigo, muitas transformações interessantes, facilitando a vida das pessoas. O computador, por exemplo, é peça fundamental no trabalho e no estudo. Abre espaço, com a internet, para pesquisas e estudos de quaisquer espécies. Crianças e jovens manipulam, com maior facilidade que os adultos, todo tipo de tecnologia, incluindo os i-Pod, i-Pad, i-Phone etc.

Se há acréscimos com tais transformações, há também outras exigências em face das mudanças no seio familiar.

Antigamente, na forma de família nuclear – pai, mãe, filhos – normalmente o pai era responsável pelo sustento da família, enquanto à mãe cabia cuidar da casa e dos filhos. Interessante lembrar que muitas das mães, apesar do pouco estudo, acompanhavam a vida escolar dos filhos, “tomando-lhes as lições”, por meio dos livros que, atentamente, elas seguiam.

Hoje, em quantidade bem significativa, muitas mães são responsáveis pelo sustento dos filhos e consequente educação. São mães que trabalham o dia todo, muitas delas nem tendo condição de almoçar com os filhos. E, também, em grande parte, são mães de filhos únicos.

Pensemos na situação de mães que, trabalhando de forma exaustiva, chegam a casa extenuadas, sem coragem para mais nada, querendo apenas “desmaiar” num descanso necessário, mal tendo condição de trocar parcas palavras com o filho/filha. Normalmente, pela manhã, as orientações são as mesmas, para o decorrer da tarde, após a volta da escola: não atender à porta, não abri-la para ninguém, manter portões fechados e, se possível, alarme ligado. Esse é um dos quadros modernos de educação.

Ainda comumente, as casas possuem internet, com toda sorte de possibilidades: MSN, formspring e outras redes sociais, abertas para o mundo e para todo tipo de pessoas: de que adianta, pois, trancar portões e portas? As janelas para uma realidade perigosa ficam abertas, trazendo para seres em formação um jorrar de informações e de contatos, sem nenhuma possibilidade de que seja analisado o que é bom e o que é ruim. Com isso, criam-se pessoas sem discerniment nenhum centro de pesquisa pela internet separa o joio do trigo; nenhuma rede social seleciona os usuários, colocando, num mesmo recipiente, bons e maus, pedófilos e malandros, em contato com filhos que permanecem sozinhos em casa, enquanto as mães trabalham.

Sinal dos tempos? Com certeza. Mas sinal, também, de que a escola, cada vez mais, sente-se obrigada a cuidar da educação de crianças e jovens, tentando, pelo menos tentando, suprir o que falta nas famílias e que é obrigação delas. A verdadeira educação deveria começar em casa, com os pais, e nela continuar, tendo a complementação das escolas. Infelizmente, não é o que vem ocorrendo, em muitos casos: quem está “educando” é a internet. E muitas famílias nem se dão conta disso...

 

(*) Educadora do Colégio Nossa Senhora das Graças e membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro

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