ARTICULISTAS

“E, aos vencedores, as batatas”

Mandando os vitoriosos às batatas, para não mandá-los talvez a outro lugar, S.Ex.ª. o Senador José Sarney encerrou seu artigo do dia 17/07/2009, na Folha de S.Paulo, declarando-se amigo inseparável

João Eurípedes Sabino
Publicado em 24/07/2009 às 20:57Atualizado em 17/12/2022 às 05:13
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Mandando os vitoriosos às batatas, para não mandá-los talvez a outro lugar, S.Ex.ª. o Senador José Sarney encerrou seu artigo do dia 17/07/2009, na Folha de S.Paulo, declarando-se amigo inseparável dos livros de papel. Os virtuais poderão vencer, mas o COLEGA promete não aderir a eles, daí a sua aversão, e “batatas” aos vencedores! O(a) leitor(a) deve estar indagando por que afirmo ser colega de Sarney? Eu me explic somos colegas só no gosto de escrever e nada mais.

Todos sabem que o ilustre parlamentar tem enfrentado um inferno astral, e o seu histórico tem poucos itens para defendê-lo diante de tantas acusações. A lama da corrupção lhe sobe até o pescoço.

Eu não estaria inspirado em dizer nada, não fossem dois pontos evidentes que saltam às vistas: Sarney, às sextas-feiras, escreve na página 2 da Folha de S.Paulo e toma surra impiedosa do mesmo jornal. Na sua coluna, o notável “vende” boas mensagens e, à frente, chibatas da própria casa lhe dilaceram a carne. Imaginemos o constrangimento que é para aquele respeitável jornal bater e afagar o mesmo homem.

No dia 28/05/1985, enviei ao recém-empossado Presidente José Sarney o ensinamento de González Pecotche: “...a dignidade deve ter a inalterabilidade do eterno. Ela é serena; demora em reagir e o faz sempre sem violência”. Para substituir o falecido Tancredo Neves, desejei que a dignidade protegesse aquele Presidente improvisado. Eu estava apenas sonhando... Na edição 5.152 de 13/01/1990, página 11, o Jornal da Manhã noticiava: “Sarney abandona vida política com posse de seu sucessor” (Collor). Não teria sido melhor para nós, Senador, se V.Ex.ª. tivesse  cumprido a sua promessa?

Outros não fizeram, então tentei colaborar com a Folha de S.Paulo, oferecendo-me para “colocar o guizo no pescoço do gato”. É que o colega Sarney parece não ler o próprio jornal onde escreve e recebe chicotadas. Enviei àquele diário algumas mensagens e delas destaco um trech “Senador, nós articulistas precisamos ter força verbal e o senhor a perdeu. Afaste-se ou licencie-se da Folha, para o bem do jornal e dos seus leitores, até que seja apurada a sua inocência”.

Aquele jornal abortou minhas mensagens e pelo visto não as passou a José Ribamar (Sarney) e o “sopra-e-morde” entre ambos continua. Às batatas os que poderão vencer Sarney. A ética, por exemplo, que se dane! Não é, Senador?

(*) presidente do Fórum Permanente dos Articulistas de Uberaba e Região e membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro

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