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Doutor Guerra

João Eurípedes Sabino
forumarticulistas@hotmail.com
Publicado em 06/03/2020 às 07:59Atualizado em 18/12/2022 às 04:43
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Apesar do nome, era um homem que transpirava a paz. Conheci Dr. Francisco Mauro Guerra Terra há mais de 50 anos, quando meu saudoso pai iniciou a amizade com ele movida por um tratamento médico. Ambos tinham uma paixão em comum que eu também tenh o cavalo mangalarga marchador.

O pai, o mestre, o superneurocirurgião, o cidadão caridoso, o homem de bem, o amigo, a simplicidade em pessoa e outras virtudes faziam de Doutor Guerra o ser humano extremamente respeitado mundo afora. Daí ser acatado por onde passava. Estive ao lado dele no dia 30/05 do ano passado, quando se inaugurou Serviço Intermediário de Atenção Psicossocial que recebeu o seu nome em Uberaba. Senti-me extremamente honrado ao ver o exemplo do homem dotado de grandeza e elevada humildade. Recebeu a homenagem confessando não merecê-la...

Essa é uma fagulha do que é o grande Doutor Guerra. A medicina perde um de seus baluartes e a humanidade segue o seu curso à procura de seres semelhantes a Doutor Guerra. Uberaba está de luto.

E expressei-me também via rádios, tão logo minha mensagem circulou.

Manifestações vieram das mais diferentes formas e direções. Não era para menos, já que o Mestre Guerra nos deixa um legado incomensurável.

Feliz da cidade ou do lugar que traz à luz ou adota um filho da estirpe do homem diante do qual minhas palavras disputam entre si para melhor qualificá-lo. Do seu nascimento à sua partida foi um cometa no ar.

Nos meus tempos de universitário pude atendê-lo no escritório do também Mestre, engenheiro Vicente Marino Júnior. Fiquei entre duas “colunas”, cujos exemplos me acompanham, embora seja tão difícil imitá-los. Com o passar dos anos, conheci um pouco das grandes obras sociais de Doutor Guerra, das quais ele evitava falar. Esse era o seu perfil.

Argúcia, tirocínio, perspicácia e sensibilidade, virtudes indispensáveis ao médico, eram inatos nele. Relacionar a cegueira de pessoas numa comunidade no Estado do Pará com a simples ingestão de mandioca selvagem foi ato instantâneo para Doutor Guerra, enquanto colegas viam, mas não enxergavam o óbvio. Histórias do gênero podem compor até livros.

Fui prestar minha última homenagem a Doutor Guerra e encontrei consternados: sua família, colegas de profissão e admiradores. Um ex-aluno formado em 1962, Dr. Odo Adão, chamou-me a atenção pela sua exemplar deferência ali dedicada, não ao colega, mas ao seu eterno professor.

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