Dizer a palavra certa na hora certa funciona e muito. Conseguir ouvir o recado é essencial...
Dizer a palavra certa na hora certa funciona e muito. Conseguir ouvir o recado é essencial para se obter resultados.
A palavra certa é ativa, traz novidades, o que gera transformações boas ou más, grandiosas ou sutis. Mudar, muitas vezes, significa vencer resistências, implicando um grande trabalho interior.
A palavra certa demonstra uma emoção genuína de quem fala porque é verdadeira.
Não basta saber o que dizer, deve-se levar em consideração o momento do outro porque a palavra certa é oportuna.
A fala oportuna e verdadeira deve ser usada para criar vínculos, alimentar a cumplicidade entre as pessoas e essa força é potencializada quando a sensibilidade encontra o tom exato, porque a palavra certa é amorosa.
Como colocar isso em prática?
Observe estas situações: – Uma mulher com seu marido distante, sem conseguir a aproximação, foi se desabafar com alguém. As palavras certas neste momento foram: “Qual é o seu medo?”. Ela percebeu que tinha medo de sofrer, mas entendeu também o seu sofrimento constante, sustentando sozinha casamento. Enfrentou a separação matrimonial, sofreu mais uma vez, mas conseguiu superar e reorganizar sua vida.
– Uma mulher chega em casa após o trabalho, exausta, e é requisitada pelo filho para brincar. Pressionada, ela cede, mas não fica totalmente presente. Neste caso é interessante dizer um “Agora não”, mesmo frustrando a criança. É mais saudável um não verdadeiro do que um sim mentiroso.
– A fala vazia de emoção não conforta, mas é chocante pela falta de sentido. Não se deve dizer a alguém que sofre por algo, “Sei como você se sente”, sem já ter passado pelo mesmo fato e sem saber realmente do sofrimento do outro. Neste contexto, é interessante dizer: “Se precisar de mim, estarei aqui”.
– Um rapaz deprimido e doente, às vésperas de uma internação hospitalar, ouviu a irmã dizer, de um livro que lia, a seguinte citaçã “Isto aqui não é um ensaio geral. É a sua vida. Não desista dela”. Essas palavras despertaram o ânimo do rapaz, que reagiu à depressão e à doença.
É interessante entã
Não julgar. Em uma situação delicada, devem-se evitar frases que contenham críticas embutidas, tais com “você precisa aprender a respeitar o outro”. Nas entrelinhas, está acusando seu interlocutor e vai deixá-lo em guarda. Expressar sua mágoa. Em caso de ofensa, calar bloqueará a comunicação. Portanto, abra-se. Temer que as queixas provoquem brigas ou rupturas não deve desconsiderar os seus sentimentos. Dizer não. Quem sempre diz sim ao outro acaba dizendo não a si mesmo e se prejudicando. Não enrolar. Ficar adiando um rompimento, por exemplo, causa danos: você deixa transparecer seu descontentamento, fazendo com que seu parceiro se sinta ainda mais desvalorizado. Evitar o tom professoral, fazendo ponderações que estimulem a reflexão em vez de tentar dar uma lição. Pensar antes de falar. Todas as coisas difíceis podem ser ditas desde que não sejam expressas com raiva. Em caso de fúria, é melhor adiar o diálogo.
A generosidade diferencia a fala educada, que é fria, da fala amorosa, que é quente e vibrante. Importante não é só dizer a verdade, mas ofertá-la e fazer dela alguma coisa preciosa para a pessoa.
(*) Psicóloga Clínica