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Dinheiro, fator de união e separação de casais

Os problemas relacionados ao dinheiro são comuns no ambiente familiar

Sérgio Martins Silva
Publicado em 04/05/2014 às 11:58Atualizado em 19/12/2022 às 07:54
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Os problemas relacionados ao dinheiro são comuns no ambiente familiar e representam uma importante causa dos fracassos do casamento. Normalmente, os problemas começam com simples conflitos entre o casal acerca de como lidam com o próprio ou o dinheiro de ambos. Assim, as divergências vão se aprofundando sem que o casal possa reformular seus objetivos e o jeito próprio do casal em matéria de finanças.

No Brasil, a taxa geral de divórcios, calculada com base no número de processos para cada mil pessoas com vinte anos ou mais, foi de 2,5% em 2012. Foram concedidos mais de 341 mil divórcios e são vários os fatores que podem levar ao desgaste no casamento, mas boa parte deles está associada ao dinheiro e a seus desdobramentos.

O Jornal Valor Econômico publicou uma pesquisa feita no ano passado pela Universidade de Kansas, nos Estados Unidos, com 4,5 mil casais e constatou que desavenças ocasionadas pelas finanças é a principal causa dos divórcios. Durante o estudo, os parceiros que discutiam sobre assuntos financeiros estavam mais propensos a se separarem do que aqueles que entravam em atrito por questões envolvendo a educação dos filhos, sexo e sogros. As causas são diversas, mas em sua maior parte podem ser atribuídas ao medo e à falta de confiança, normalmente não resolvidos no namoro.

Outras raízes podem ser destacadas, como é o caso do erro que muitos cometem ao pensar que o padrão de vida financeira vai ser o mesmo de quando eram solteiros. Assim, as pessoas se casam com a expectativa de mantê-lo, sem que se deem conta da necessidade básica de planejar a família com os pés na realidade atual, e não futura.

Além disso, o casamento pode ser frustrante ao se depararem com os hábitos de dívidas trazidas para a nova vida dos dois. E esse perigo é potencializado quando os hábitos do endividamento acabam por se tornar algo normal no casamento. Daí, a necessidade de haver um planejamento respeitoso, conciliatório e amadurecido sobre como será administrado o dinheiro de ambos, sem distinções ou omissões de um para com o outro.

Assim, não há fórmulas prontas para resolver essas questões, contudo podemos apresentar sugestões para uma vida mais integrada e feliz, aproveitando as vantagens da boa gestão das finanças para o bem da família. Dentre os conselhos estão, além do diálogo sobre o assunto, não comprar por impulso, não esconder do outro quanto ganha e quanto gasta, não ultrapassar um terço dos rendimentos com compromissos financeiros mensais e, principalmente, não gastar mais do que ganha.

(*) Professor e economista

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