Carlos Drummond escreveu: “A vida é aprendizado sem conclusão de curso.” E é isso mesmo. Estamos sempre aprendendo, seja por meio do amor...
Carlos Drummond escreveu: “A vida é aprendizado sem conclusão de curso.” E é isso mesmo. Estamos sempre aprendendo, seja por meio do amor, da paciência, seja por meio das tribulações, das adversidades.
É fácil ao ser humano comportar-se bem diante do sucesso, dos momentos de alegria, das vitórias conquistadas, de um benefício recebido. É muito fácil. E, nessas situações, quase sempre se esquece de Deus. O homem, então, apresenta-se como o todo poderoso, capaz de resolver tudo à sua volta, imbatível, invencível. Ele se basta. E, na sua empáfia e presunção, esquece-se de que tudo que é material está sujeito a finar-se. Chega um dia em que o dinheiro pode sumir, o amor acabar, o prestígio desaparecer. E ele se pergunta, ainda com Drummond: “E agora, José?”
Nesses momentos, normalmente, volta-se para Deus, tão esquecido e desprezado até então. Só que a volta, com frequência, ocorre nem sempre para pedir, mas para criticar, como se Deus fosse o responsável por tudo.
Interessante pensar: o ser humano, em face de várias possibilidades, efetua suas escolhas, muitas vezes sabendo-as perigosas e levianas. Mas, mesmo assim, faz suas opções, acreditando que o futuro tudo resolverá, que as arestas serão saneadas, que nada impedirá a conquista da felicidade. E quando as expectativas se frustram, a pessoa não assume sua culpa nas opções mal feitas: a culpa fica com os outros, principalmente com Deus que, com seu poder, não resolveu os problemas dos homens.
Deus não é ditador. Deus é amor. Se fosse ditador, teria feito homens-robôs, manipuláveis e abúlicos. Mas, em seu projeto amoroso, Ele pensou homens livres, capazes de tomar suas decisões, capazes de discernir o certo do errado e, assim, achegar-se do espírito criador.
Diante das adversidades, precisamos, sim, mais ainda, aproximar-nos da face divina; procurar em sua luz uma fagulha de esperança, de consolo; uma centelha que ilumine os caminhos, nem sempre fáceis, as soluções, nem sempre possíveis, as preocupações, nem sempre solúveis, os obstáculos nem sempre removíveis.
É tranquilizador, apesar de tantos percalços, descansar o coração no coração de Deus, sugando sua luz, para que nossa jornada se faça menos desafiadora e o fardo existencial menos pesado.
(*) educadora do Colégio Nossa Senhora das Graças e membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro