Um dos sentimentos que mais paralisam a vida das pessoas é a culpa. Façamos, hoje, uma reflexão acerca da culpa por más palavras.
Nos relacionamentos humanos, as palavras têm um poder muito grande: ou elas constroem ou elas destroem. Constroem quando servem para melhorar a autoestima e a autoconfiança própria e dos outros. E destroem quando magoam, quando criticam com maldade, quando ferem os mais profundos sentimentos. E como a “lei do plantar e colher” é infalível, quando proferimos más palavras, consciente ou inconscientemente, desenvolvemos, dentro de nós, devido à culpa, um mecanismo de autopunição, que, mais cedo ou mais tarde, é ativado e nos leva às frustrações, ao arrependimento e às doenças.
Sabendo disso, cuidad na vida familiar, onde você acha que é livre para falar o que quiser, modere as suas palavras e seja mais carinhoso com aqueles que fazem parte da sua história pessoal; na vida profissional, procure tratar a todos com respeito e muita educação, de forma que a sua consciência esteja sempre leve, por saber que você tratou os outros da mesma forma como gosta de ser tratado.
Transcrevo aqui um conto retirado de O Livro das Virtudes II, de Willian J. Bennett, que nos mostra quão pungente é a dor do arrependiment “Um homem estava sentado ao lado do caixão de sua companheira, triste e amargurado. De repente viu passar à sua frente um desfile de formas belas e brilhantes, leves, de lábios rosados e olhos claros de alegria. ‘Quem são vocês, belas criaturas?’ – perguntou ele. E elas responderam: ‘Somos as palavras que você poderia ter dito a ela.’ ‘Ah! Fiquem comigo!’ - implorou o homem. ‘Suas belas formas são como um punhal me cortando o coração, mas, mesmo assim, fiquem comigo, pois ela está fria e muda e estou sozinho.’ Elas responderam: ‘Não, não podemos ficar porque não temos existência. Somos apenas a luz que jamais brilhou.’ E foram embora. O homem continuou triste e amargurado. De repente viu se erguer entre ele e o caixão um bando de formas terríveis, pálidas, de lábios brancos e olhos de fogo. O homem estremeceu. ‘Quem são vocês, formas horrendas?’ – perguntou ele. E elas responderam: ‘Somos as palavras que ela ouviu de você.’ O homem gritou aterrorizad ‘Saiam daqui, me deixem só! Melhor a solidão do que a sua companhia!’ Mas elas se sentaram em silêncio, fixaram os olhos no homem e permaneceram com ele para sempre”.
E guarde bem: “para sempre”, no final deste conto, é um modo de dizer do autor, porque sabemos que a culpa pode e deve ser erradicada de nossas vidas, através do arrependimento seguido pela decisão da mudança de conduta.
Enquanto é tempo, trate com verdadeiro afeto os que lhe cercam, conquistando para os seus dias a tranquilidade na consciência e, com isso, mais alegria de viver!
(*) palestrante; apresentadora de TV e rádio e autora de livros motivacionais