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Corruptio optimi pessima

Perdoe-me pelo título em latim. Em tradução livre: “A corrupção dos melhores é a pior”. De um modo geral, as máximas latinas são perfeitas. Eu tinha feito um propósito de não falar mais

Padre Prata
Publicado em 10/10/2009 às 20:24Atualizado em 20/12/2022 às 10:10
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Perdoe-me pelo título em latim. Em tradução livre: “A corrupção dos melhores é a pior”. De um modo geral, as máximas latinas são perfeitas.

Eu tinha feito um propósito de não falar mais nessa corrupção que alastra em nosso quintal como tiririca indestrutível. Acontece que o caderno “MAIS”, da Folha de São Paulo, publicou uma matéria sobre a corrupção nas mais importantes instituições do país. Não vou discutir até que ponto são aceitáveis. Ventilo o tema por que assusta e escandaliza.

Tempos atrás, ficou famoso um livro de Tofler, A Terceira Onda. Marcou época pela análise das diversas fases culturais que marcaram a História. Passamos pela onda agrária, pela industrial e agora pela tecnológica..

A terceira “onda” é profunda e de consequências imprevisíveis. Não é uma onda de limites previstos. O impacto da tecnologia atinge todas as áreas culturais, inclusive a religiosa. Muitos valores, até há pouco válidos, estão sendo discutidos, enfrentados e rejeitados. É preocupante. O pior de tudo isso é a desvalorização das instituições que eram objeto de nosso respeito. Os valores éticos são ignorados e nós não sabemos mais em que chão estamos pisando.

A matéria da Folha à qual fiz referência, analisou o fenômeno da decomposição moral das instituições. Analisou boa parte delas na área política, econômica e religiosa.

É de assustar o descrédito do povo em nossas instituições. Todas elas “pontuam acima de 50% quando a pergunta é sobre estarem envolvidas em corrupção”. O jornal joga diante de nossos olhos assustados os índices de corrupção nas

principais instituições. Você que está lendo esta página, sente-se e reflita no que você vai ler. Depois, pergunte a si mesm para onde vamos?

As perguntas do jornal são duas. A primeira: “Onde há corrupção?” Seguem as respostas: 1) No Congress 92%. 2) Nos partidos políticos: 92%. 3) Na Presidência e nos Ministérios: 88%. 4) Nos governos estaduais: 88%. 5) Nas Prefeituras: 81%.  A segunda pergunta é a seguinte: “Onde não há corrupção?  Eis as respostas: 1) Na Igreja: 29%. Nas Forças Armadas: 24%. Na imprensa: 21%. Nas igrejas evangélicas: 20%. Nos sindicatos: 16%.         

É o que o povo está pensando. De todas as instituições, inclusive as religiosas. Tudo isso nos amargura e preocupa. Muitos não creem em nós religiosos. Estamos nos comportando como avestruzes que enterram a cabeça na areia e acham que tudo vai indo muito bem. Até onde vai a minha culpa? A sua? A nossa?

Fico realmente envergonhado e decepcionad “Só 29%” nos dão crédito!

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