ARTICULISTAS

Considerações sobre o estresse familiar

Matheus Felix Ribeiro
Publicado em 20/05/2021 às 10:40Atualizado em 19/12/2022 às 03:39
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Na última sexta-feira (14/05/21), o articulista João Eurípedes Sabino redigiu para este Jornal um primoroso artigo, denominado “De onde vem o estresse”. Enquanto psicólogo especialista nessa temática, gostaria de avançar as contribuições originais do autor, trazendo o destaque para o âmbito familiar.

No artigo de João Eurípedes Sabino, o autor identifica a origem do estresse na mente, em que escreve: “Todo o bem e o mal se situam na mente”. Do ponto de vista científico, identificamos os fatores internos e externos como geradores possíveis de estresse. Os externos se referem àqueles externos, ao passo que os internos a como interpretamos os eventos. Portanto, vemos que existe uma relação entre meio e a mente para a geração do estresse.

Os fatores internos sofrem influência de um amplo espectro de fontes, tais como a nossa religião, nossas preferências morais, nossa perspectiva política, nossa educação e, certamente, nossos valores familiares. Aprendemos, a partir dessas instituições, maneiras de agir e pensar e transpomos isso para diversas áreas da nossa vida. Se fomos educados em um ambiente de pouco acolhimento e muita crítica, é possível que nos tornemos inseguros, por considerá-las ameaçadoras. Se, por outro lado, somos estimulados à descoberta, somos amparados por uma família atenta às nossas opiniões e sentimentos, podemos desenvolver um senso de busca por novidades, de independência e de autoeficácia.

O estresse tem a ver com a ruptura de um estado de harmonia interna, em que se requere uma adaptação do organismo. Imagine um elástico. Estique-o. Repare que esse elástico possui um estado original, uma harmonia em que ele não está esticado. Ele está de um determinado tamanho. Após esticá-lo, ele sofre uma adaptação para lidar com essa pressão que lhe foi aplicada. Existe uma tolerância para cada elástico, assim como para cada um de nós. Eventualmente, se esse elástico for esticado demais, ele pode se romper. Se nosso elástico interno for constantemente esticado ao máximo por causa do estresse, sintomas mentais e físicos estarão evidentes.

Nosso ambiente familiar pode atuar como protetor do nosso elástico, sendo provedor de uma estrutura acolhedora, ou atuar de maneira deletéria, ao ser um importante suporte para os fatores internos do estresse.

Matheus Felix Ribeiro - Psicólogo cognitivo-comportamental; doutorando em Neurociências (UNB); vice-presidente do IBDFAM-Uberaba

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