A verdadeira felicidade é a paz interior
“A verdadeira felicidade é a paz interior conquistada pela consciência de que não podemos controlar nem o mundo nem os outros, mas podemos controlar como lidaremos com o mundo e com os outros.” É muito significativo o pensamento, lido em algum lugar.
Um dos motivos que provocam o sofrimento do ser humano refere-se à tentativa constante de querer controlar tudo à sua volta: há pessoas que se julgam mais experientes e responsáveis e, por isso, detentoras do direito de decisões e ações sobre a vida do outro. O mundo, pois, gira à sua volta como se todas as decisões sobre tudo dependessem de sua interferência, não apenas para afugentar problemas, mas até mesmo em como lidar com a alegria ou o sucesso.
Tal postura gera frustrações: o embate entre duas personalidades provoca discrepâncias, pois aquilo por que um anseia nem sempre está em acordo com o pensamento do outro. Isso provoca, muitas vezes, interferências malsucedidas do marido em relação à mulher e vice-versa, de pais em relação a filhos e vice-versa, e até mesmo nas relações de amizade. E, por assim ser, desperta sofrimento naquele que não quer a intromissão do outro, e do outro que, tantas vezes por zelo, se sente na responsabilidade de dirigir os destinos de quem está próximo, por amor ou afinidade. E como é difícil sentir-se responsável por alguém que não queira ser tutorado! E como é difícil, em contrapartida, a insistência em ser tutorado, quando o ser humano se percebe capaz de resolver seus problemas sem interferências externas!
Cada um é cada um, com seus acertos e erros, com suas derrotas e vitórias, com suas facilidades e tropeços, por isso querendo ser responsável por seus atos, sem sofrer e sem provocar o sofrimento no outro. Cada um busca ter o direito de, com o destino nas mãos, tomar o rumo que julgar adequado a seus anseios, mesmo sabendo de possíveis riscos de decepções.
Na verdade, como diz o pensamento acima, o que cada um de nós deve empreender se liga ao nosso próprio controle na lida com o mundo e com os outros: pensando assim, encontraremos a paz interior, pois nos colocaremos na posição de seres solidários, mas não gestores da vida dos outros, como se delas fôssemos donos; e veremos, nos outros, também presenças solidárias e respeitosas em relação às nossas ações.
Assim agindo, talvez se torne mais fácil conquistar, na serenidade, a tão almejada paz interior.
(*) Educadora do Colégio Nossa Senhora das Graças e membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro