Comemorávamos o Dia dos Pais, no programa Roda Gigante, com mensagens
Comemorávamos o Dia dos Pais, no programa Roda Gigante, com mensagens, apresentações especiais e brincadeiras envolvendo pais e filhos. O fato de o programa ser ao vivo gerava uma preocupação a mais, sempre debatida com os responsáveis pela emissora de televisã e se acontecesse de alguma criança falar ou fazer algo inconveniente ao vivo?
Felizmente, em mais de uma década de programa dominical, isso nunca aconteceu. Porém estive bem próximo do risco pelo menos uma vez, com o auditório lotado, num Dia dos Pais.
Durante a exibição dos comerciais, minha equipe e eu aproveitávamos aqueles minutinhos para prepararmos as crianças que iriam participar do quadro subsequente. Não se podia perder tempo. Quando imagem e som voltavam para o auditório, a sequência do programa precisava estar preparada. Era uma norma interna.
Naquele domingo, num intervalo comercial, preparada uma brincadeira, pedi a um dos jovens da turma que, logo que estivéssemos no ar, enviasse uma mensagem ao pai dele. O rapaz, serena e firmemente, explicou-me que tinha seus motivos para não o fazer. Essa prévia no intervalo, hoje uma regra em programas desse tipo, foi uma sorte.
Imaginei como, num dia em que os filhos cumprimentam o pai com alegria, aquele jovem experimentava, assim como tantos outros, uma imensa dor, da qual poderia ter sido poupado. E aquele momento continua muito vivo em minha memória.
Podemos optar, sim, por abraçar nosso papel de pai com muito carinho e responsabilidade. Esse compromisso fará a diferença na vida dos seres que trouxemos ao mundo. É o mínimo que nossos filhos podem esperar de nós.
(*) membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro