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Como tratar a fibromialgia?

A fibromialgia é uma doença complexa, com causas tanto físicas quanto psicológicas.

Dr. José Fábio Lana
Publicado em 05/07/2011 às 10:52Atualizado em 19/12/2022 às 23:31
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A fibromialgia é uma doença complexa, com causas tanto físicas quanto psicológicas. Por isso, os tratamentos para a fibromialgia considerados eficazes, atualmente envolvem terapias que melhoram a qualidade do sono, a fadiga, as dores musculares, os aspectos sociais e psicológicos, resultando em melhor qualidade de vida para o paciente. É importante ressaltar que não existe um modelo de tratamento que seja totalmente eficaz, e as indicações terapêuticas devem ser individuais, já que cada paciente apresenta um caso clínico diferente e responde de forma distinta ao tratamento. É consenso entre médicos e pesquisadores que o tratamento da fibromialgia deve ser multidisciplinar, ou seja, envolver diferentes tipos de terapias, com a finalidade de atingir todos os tipos de sintomas.

Diversos estudos têm demonstrado os benefícios dos exercícios físicos para diminuição da dor em pacientes com fibromialgia. No entanto, é importante ressaltar que qualquer prescrição de exercício deve obedecer a uma pré-avaliação da condição física geral do paciente, como riscos cardiovasculares, uso de medicamentos, doenças musculoesqueléticas, entre outros. Exercícios aeróbicos e alongamento são os mais indicados a pacientes com fibromialgia, mas treinos de força também são seguros e podem ser prescritos, desde que sejam de baixo impacto e obedeçam a contra-indicações do paciente. O ideal é que se inicie o programa de exercícios com carga menor e vá aumentando progressivamente, diminuindo a carga em caso de agravamento dos sintomas. Atividades realizadas na água, as chamadas hidroterapias, podem intensificar os benefícios do exercício físico, promovendo um relaxamento muscular favorável e consequente melhora da qualidade de vida.

É preciso que o paciente entenda que a prática de exercícios físicos faz parte do tratamento e deverá ser “para sempre”. A persistência do paciente na prática de exercícios físicos é muito importante, já que normalmente seus benefícios começam a ser percebidos dentro de 8 a 10 semanas e melhoram ainda mais até a 20ª semana. A partir daí, o quadro tende a se manter estável, e a interrupção do treinamento certamente trará de volta a dor inicial.

A prática de atividades, em grupo, de acordo com a preferência do paciente melhoram o aspecto social e devem ser consideradas no tratamento. Além disso, outros tratamentos como fisioterapia, relaxamento e o acompanhamento psicológico podem ser incluídos. No entanto, o Consenso Brasileiro do Tratamento da Fibromialgia, publicado em 2010 cita, mas, não recomenda algumas terapias alternativas como a homeopatia, hipnose, pilates e Reeducação Postural Global (RPG).

Os tratamentos medicamentosos incluem: relaxantes musculares, analgésicos e antidepressivos, devendo-se evitar o uso de corticosteróides e antiinflamatórios.

É importante que o paciente compreenda a síndrome da fibromialgia e as barreiras que dificultam o tratamento, percebendo-se como principal responsável pela eficácia das terapias. A eliminação gradativa dos fatores agravantes, como o despreparo físico, defeitos posturais, estresse emocional, obesidade, distúrbios psicológicos e maus hábitos de vida (etilismo, tabagismo e cafeísmo) dependem enormemente do paciente, sendo ainda mais importante do que o próprio tratamento. Motivação e persistência são palavras-chave, portanto, na luta contra os sintomas da fibromialgia. 

Referências

Heymann RE, et al. Consenso brasileiro do tratamento da fibromialgia. Rev Bras Reumatol 2010;50(1):56-66.

Helfenstein Jr. M. Avanços no tratamento da fibromialgia. 1 ed. São Paul Casa Leitura Médica, 2010.

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