SENTINELA

Caminhoneiro de Uberaba morre em acidente no Mato Grosso

Carlos Paiva
Carlos Paiva
Publicado em 09/04/2025 às 20:33Atualizado em 10/04/2025 às 21:36
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Morte precoce 
A morte do uberabense Jean Carlos da Silva Melo, de apenas 30 anos, em um trágico acidente na BR-364, no Mato Grosso, não pode passar como apenas mais uma estatística nas perigosas estradas brasileiras. Jean, motorista experiente, saiu de Cuiabá com uma carga de 36 cabeças de gado com destino a Uberaba, mas não chegou ao fim da viagem. O tombamento da carreta Scania que conduzia, na altura do km 195, pôs fim a uma vida e deixou uma lacuna irreparável para familiares, principalmente seu filho, ainda bebê, amigos e colegas de profissão. 

Profissão perigo
Jean Carlos morava no bairro Boa Vista e era conhecido pela dedicação ao trabalho e pelo esforço diário no ofício que sustenta boa parte da logística do país: o transporte rodoviário. Como tantos outros caminhoneiros, ele encarava distâncias exaustivas, condições precárias de estrada e riscos constantes. Dessa vez, infelizmente, não resistiu. Preso às ferragens, já estava sem vida quando o Corpo de Bombeiros e o Samu chegaram.

Tragédia 
A dor também atingiu os animais que transportava para Uberaba. Parte do gado morreu no impacto e os sobreviventes, desnorteados, correram em desespero assim que a carreta foi erguida para remoção do corpo. A cena retrata não só o acidente em si, mas o colapso de uma cadeia inteira — humana e animal — em segundos.

Rodovias precárias 
A perícia da Polícia Civil do Mato Grosso irá apurar as causas do acidente. Mas, independente do laudo, o episódio reacende o alerta sobre as condições das rodovias federais e a vulnerabilidade dos caminhoneiros, que seguem sendo pilares da economia, mas alvos fáceis da negligência e da falta de infraestrutura.

Solidariedade 
Jean foi velado e sepultado, no final da tarde de ontem, em Uberaba. À sua família, deixo aqui toda a minha solidariedade. Que a perda de mais um trabalhador da estrada não se perca no esquecimento, como mais uma curva fatal em meio ao asfalto esburacado da indiferença.

Há quase seis anos...
O ataque à agência do Banco do Brasil em Uberaba, ocorrido em junho de 2019, destacou-se como um dos episódios mais violentos do chamado “novo cangaço” no Brasil. A ação criminosa envolveu cerca de 25 indivíduos fortemente armados, que cercaram a região central da cidade, trocaram tiros com a Polícia Militar e fizeram reféns. Infelizmente, a operação resultou em alguns feridos e na trágica morte de uma jovem, atingida na cabeça por um dos criminosos.

Exceção positiva
Estima-se que os assaltantes tenham roubado, aproximadamente, R$50 milhões — valor não oficialmente confirmado pelo banco. Esse tipo de crime, caracterizado pelo uso de armamento pesado, ações coordenadas e reféns utilizados como escudos humanos, tem se espalhado por diversas regiões do país. No entanto, Uberaba tornou-se uma exceção positiva: parte da quadrilha foi presa em flagrante pela Polícia Militar — dez criminosos foram capturados logo após a ação.

Presos e condenados
A resposta rápida e eficaz das autoridades locais — Polícia Civil e Ministério Público em Uberaba — também foi decisiva para a exemplar condenação dos envolvidos pela Justiça Estadual. Tal desfecho é incomum, diante da complexidade e ousadia dessas organizações criminosas, que muitas vezes agem impunemente em cidades de médio e pequeno porte.

Os “volantes”
O impacto do assalto foi profundo. Em resposta, a segurança pública de Uberaba passou por significativas transformações. Policiais militares foram submetidos a treinamentos técnicos e operacionais específicos para lidar com esse tipo de crime. Destaca-se ainda o investimento em infraestrutura tática, como a aquisição de dois caminhões blindados, equipados com tecnologia de ponta e equipes especializadas em pronta resposta. Um desses veículos circula pelas ruas e avenidas da cidade, atuando como dissuasor e reforço em situações de alta complexidade.

Reflexão
O episódio de Uberaba escancara tanto a ousadia das quadrilhas do novo cangaço quanto a capacidade de reação do Estado quando há integração entre as forças de segurança e as instituições de Justiça. Contudo, também levanta uma reflexão urgente: o que tem sido feito para prevenir tais crimes em outras cidades brasileiras? A repressão é necessária, mas a prevenção ainda precisa avançar.

Cada gota soma!
A vida é feita de gestos simples que carregam um poder imenso. Doar sangue é um desses gestos. Em poucos minutos, você pode salvar até quatro vidas. Não é preciso ser herói para fazer a diferença. Basta estender o braço, abrir o coração e deixar a solidariedade falar mais alto. O sangue que corre em suas veias pode ser o recomeço na vida de alguém. Essa é uma campanha dos estudantes do curso Técnico em Enfermagem do Senac, em Uberaba, turma do professor Adriano Dias Júnior.

(Foto/Divulgação)

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