RENATO ABRÃO

Nós, oncologistas, que estamos na luta contra o câncer, agora, como todos, também enfrentamos a batalha contra o novo coronavírus

Publicado em 13/06/2020 às 10:39Atualizado em 18/12/2022 às 07:00
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Bom dia, leitores do Jornal da Manhã.

Hoje quem vai escrever na coluna é o dr. Raul. Ele vai nos falar sobre a situação dos pacientes em quimioterapia no momento de pandemia que estamos vivendo.

O tempo é categórico. Na pandemia que parou o mundo, a evolução da Covid-19 modificará nossas vidas. Nós, oncologistas, que estamos na luta contra o câncer, agora, como todos, também enfrentamos a batalha contra o novo coronavírus.

O câncer é a segunda doença que mais mata no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Em tempos de coronavírus e distanciamento social, há apreensão e dúvidas diante de um cenário pouco conhecido. Mas, existem certezas que são inegociáveis: o câncer não espera! O paciente não pode esperar. São 625 mil novos casos ao ano no Brasil, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca).

Os tratamentos oncológicos não devem ser interrompidos. O cancelamento de cirurgias e de exames que detectam o câncer pode diminuir chances de cura. Temos informado pacientes que temem prosseguir tratamentos. É fundamental garantir a segurança dos que precisam ir às clínicas e aos hospitais, com sistemas ainda mais rigorosos para evitar o contágio de Covid-19. Mas, de modo geral, não se pode suspender a quimioterapia. O câncer não vai esperar o coronavírus passar. Nós ficamos preocupados com as desinformações. O paciente oncológico deve conversar com seu médico.

Por terem a imunidade afetada, pacientes em tratamento fazem parte do grupo mais vulnerável a desenvolver a Covid-19 na forma grave. Como todos, é essencial seguir as orientações de higiene, como lavar sempre as mãos e evitar contato com pessoas. Uma ferramenta que tem nos ajudado é a telemedicina. Mas, muitas pessoas com câncer terão de enfrentar a angústia e o mundo externo às suas janelas para combater uma doença que é terrivelmente letal se não tiver tratamento adequado.

Assim, do mesmo modo que existem serviços essenciais que precisam continuar, também existem tratamentos essenciais que não podem parar, sob risco de perdermos vidas. É preciso que cada paciente converse com seu oncologista sobre os benefícios de manter ou adiar procedimentos. As condutas devem ser individualizadas.

O mundo tem aprendid para cuidar de si, deve-se cuidar de todos. Temos a missão de cuidar dos nossos pacientes e sabemos que juntos somos mais fortes!

Boa leitura a todos!

Raul Dutra

 

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