REGINALDO LEITE

GP do Japão - Uma madrugada longa

Reginaldo Baleia Leite
Reginaldo Baleia Leite
Publicado em 14/10/2022 às 10:32Atualizado em 16/12/2022 às 01:08
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Neste domingo (9), a F1 completou a perna asiática do campeonato de 2022. A corrida foi realizada no amado e respeitado autódromo de Suzuka, que é de propriedade da Honda. Os treinos de sexta-feira foram realizados com pista molhada. Já no sábado, a chuva deu uma trégua, e voltou à cena no domingo, começando já bem antes da largada.

A largada foi realizada no horário marcado e com todos os pilotos calçados com pneus intermediários, falha da turma da sala de controle. Essa foi a receita para o caos que se deu logo nos momentos iniciais. Rodadas, saída de pista, batida no guard rail com carro voltando para pista e trator de resgate com piloto ainda acelerando na pista. Lembrando a cena ruim de 2014 neste circuito. Ao final da segunda volta, a prova foi interrompida por bandeira vermelha.

Destemido. Nos metros iniciais, Max perdeu momentaneamente sua posição, que foi recuperada numa manobra corajosa e de muito controle, ao contornar a primeira curva por fora e de pé em baixo. Vettel bate em Alonso e cai para último. Sainz Jr rodou e bateu e Albon abandona por falha mecânica.

Acordaram. A paralisação durou mais de duas horas e o público japonês permaneceu em seus lugares aguardando a realização da etapa. Lembrou a situação de Spa ano passado. Após a interrupção, todos os pilotos foram obrigados a largar com pneus de chuva. O pessoal da sala de controle percebeu o vacilo que havia dado na primeira largada.

Tranquilo. A largada foi em movimento e Max, desta feita, não deu chances para a concorrência. Após a 2ª largada tivemos um pouco menos de 40 minutos de corrida (39 minutos e 50 segundos). Vettel e Latifi inauguraram a parada nos boxes para trocar por intermediários e se deram muito bem ao final da etapa. Eram os últimos quando pararam e terminaram em 6º e 9º respectivamente. Na 2ª volta, muitos outros pilotos foram para troca. Max, Leclerc e Perez pararam quando o cronômetro marcava 35:55 para o término da corrida, ou seja, logo no início dessa 2ª fase.

Destaques. O jovem inglês da Mercedes, Russell, perdeu muito tempo atrás de Lewis na troca de pneus e, a partir daí, fez uma bela corrida de recuperação com muitas ultrapassagens. Ocon estava em um dia bom e conseguiu se manter à frente de Lewis durante a maior parte da prova, apesar de inúmeras ofensivas do inglês. Terminaram em 4º e 5º no final. Alonso foi um dos poucos a realizar duas trocas nesta fase. Numa tática estranha de sua equipe, parou na hora errada na 1ª e a 2ª troca não lhe rendeu ganhos. Sobre Vettel e Latifi comentei antes. E o principal, Max. Foi perfeito e inalcançável. Terminou com uma vantagem de mais de 20 segundos numa corrida de 40 minutos.

Leclerc até tentou ficar perto do holandês no início, mas não teve como acompanhar. Após a metade da etapa, o piloto vermelho perguntou no rádio se perderia muito ao fazer uma segunda troca de pneus e ouviu que seriam três posições, ou seja, já sentia que estava descalço. Mais adiante perdeu uma boa vantagem que tinha sobre Perez na parte final

O lance. Naquela fática chicane de 1989, Leclerc erra a freada e perde a tomada da primeira perna da chicane, contornando numa pista auxiliar feita exatamente para essas ocasiões, após a sujeira de 1989. Leclerc ainda consegue sair à frente de Perez e contorna a última curva à frente, cruzando a linha de chegada com Perez, grudado na Ferrari. Por esse lance, o monegasco foi punido em 5 segundos e perdeu o 2º posto para o mexicano.

De lua. Não tem como entender a mente dos comissários. Na corrida anterior, em Singapura, demoram mais de 2 horas para punir o mexicano por uma manobra infeliz deste com o Safety Car. Desta feita, não gastaram nem 10 minutos para penalizar o piloto vermelho. Para falar a verdade, ninguém entendeu nada. A penalização foi seguida da comunicação do 2º título de Max Verstappen. Ninguém imaginou que aqueles 40 minutos de corrida valiam os pontos totais da etapa. Max pilotou muito em 2022 e tem o melhor carro e se torna, assim, bicampeão com uma boa antecedência.

Dançada. Por outro lado, vale lembrar que não adiantou coisa nenhuma a interferência de Toto Wolff junto a FIA. Depois das novas diretivas impostas pela entidade, a RB 18 ficou melhor ainda e a Mercedes não ganhou nada com os concorrentes obrigados a levantar seus carros. Já a Ferrari se tornou uma devedora de pneus. E mesmo assim está à frente do carro prateado.

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