REGINALDO LEITE

GP de Mônaco – A Virada

Reginaldo Baleia Leite
Publicado em 31/05/2021 às 18:51Atualizado em 19/12/2022 às 03:23
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Foto/Internet

 

A etapa monegasca não foi realizada em 2020. Essa tradicional corrida foi a segunda etapa do primeiro campeonato realizado em 1950 e nunca havia ficado de fora até a chegada do Covid 19. Monte Carlo é tida como a pista de maior glamour de todo campeonato e também onde os proprietários das empresas patrocinadoras marcam presença. Assim como os milionários, bilionários e estrelas de outros esportes sempre se fazem presentes.

Para os pilotos, uma vitória nesse traçado é marcada com negrito no currículo, assim como vencer em Le Mans e nas 500 milhas de Indianapolis. É muito estressante manter um bom ritmo durante as mais de setenta voltas, sem cometer um mínimo erro. Já para os assistentes é simplesmente uma corrida difícil de assistir, onde o pole normalmente é o vencedor. Uma corrida com poucas e raras disputas.

Verstappen herdou a ponta após a rara situação vivenciada por Leclerc, e venceu sem ser ameaçado. Fazer a pole nessa pista no sábado e não poder correr no domingo é uma coisa que ninguém quer ou sonhou viver. Como o próprio disse na entrevista, após conquistar a posição de honra: “É até estranho ter a pole, pois nunca me dei bem neste traçado”. Mal sabia ele que a escrita se manteria no outro dia.

DIFERENTE. No primeiro dia de treinos vimos Perez na frente no TL 1 e os carros vermelhos dominado o TL 2. As Mercedes estavam num discreto quinto e sexto no primeiro treino e Lewis marcava o terceiro posto ao fim do segundo treino, Max estava em quarto. Muitos acharam que Lewis e Max não estavam preocupados com o cronômetro e no sábado os dois disputariam a sonhada pole position em Mônaco.

No primeiro treino de sábado Max foi o melhor, como era esperado, porém seguido de Leclerc e Sainz Jr., algo já não tão esperado. A primeira Mercedes só aparecia no quarto posto e era a de Bottas. Lewis ocupava apenas o sétimo. Assim, mesmo a maioria ainda achava que no classificatório as Mercedes mostrariam sua força, como sempre fizeram desde 2014.

CLASSIFICAÇÃO. Essa foi a melhor parte do final de semana da quinta etapa. Ao final do Q1 vimos Alonso não avançar para a fase seguinte, sendo que seu companheiro Ocon passou. E o melhor tempo desta fase ficou com Bottas, seguido de Leclerc. Opaaa!!, os vermelhos não estavam blefando. Aí aquela maioria achou que os alemães ainda estavam escondendo o jogo como sempre. Porém Lewis ocupava apenas a sétima posição.

ESTRANHO. Q2 – O destaque foi a Ferrari com Leclerc, com o melhor tempo seguido de Verstappen, a poucos décimos do monegasco e Lewis Hamilton mais uma vez ficou com o sétimo posto. O suficiente para passar para a fase seguinte, “pensou aquela turma”, pois normalmente na hora H, ele acha um jeito aparecer na primeira fila. Também vimos Ricciardo ficar pelo caminho, enquanto Norris aparecia muito bem.

Q3 - Essa é a fase onde os dez melhores marcam suas posições no grid de largada. Em 2021 Lewis e Max foram os habitues da primeira fila. Mas aqui, nos dez minutos finais, vimos Max e Leclerc numa emocionante disputa pela P 1. Nos instantes finais, quando todos fariam sua última tentativa de melhorar seus tempos, Leclerc bateu o carro no meio de sua volta rápida. O carro ficou parado junto ao Guard Rail causando a bandeira vermelha, que culminou com o final dos trabalhos. Isso deixou Max e Sainz Jr. muito bravos, pois vinham baixando seus tempos. Leclerc Max, Bottas, Sainz Jr., Norris, Gasly e Lewis novamente em sétimo. E ainda vimos Perez num incômodo nono posto. Vettel finalmente chegou ao Q3 com o oitavo posto. E um impressionante Giovinazzi e sua Alfa completando o top 10.

Ai aquela turma... Começou a querer aceitar que esse não era o final de semana do inglês, pois há anos, desde que se juntou aos germânicos, isso nunca aconteceu. Lewis já largou em posições ruins na era Mercedes, mas por situações de punições ou de erros da equipe. Nunca por desempenho ruim de sua parte afinal, com o mesmo carro, Bottas o superou por mais de meio segundo. Algo nada normal.

LARGADA. No domingo veio a bomba, o carro de Leclerc não largaria. O semieixo esquerdo quebrado, sendo que o lado atingido no acidente foi no lado direito. Anormal, coisas de Ferrari. Outra situação anormal, numa equipe como a Mercedes, foi o abandono de Bottas no pit stop. Max em primeiro manteve sua posição apesar de Bottas tentar ficar por dentro na tomada da primeira curva. Ao fim da primeira volta, as dez posições eram as mesmas da largada, Ocon fez uma boa largada e chegou ultrapassar Giovinazzi e ainda disputou com Perez. Mas perdeu essas disputas antes de chegarem ao contorno da Loews, onde também vimos Schumacher passar Mazepin. Se não me engano, a única ultrapassagem mostrada na TV aberta.

TRENZINHO. A corrida seguiu assim sem mudanças, ou melhor, sem ultrapassagens. Na volta 29 a Mercedes parou Lewis, a intenção era dar um undercut (antecipar a parada e sair à frente do rival) para cima de Gasly. Já Gasly reagiu e parou na volta seguinte e Vettel, que estava atrás deles, parou na 31.

Porém, quando Vettel saiu dos boxes, se viu numa disputa com Gasly e mesmo com seus pneus sem a temperatura ideal ganhou a posição na subida. Lewis, que parou antes deles, se viu obrigado a assistir tudo com visão privilegiada. O inglês reclamou muito com a equipe no radio, pois vinha economizando seus pneus e percebeu que foi parado no momento errado, sendo que ainda tinha muita borracha para continuar na pista.

COMPLICANDO. Lewis ainda tinha outra grande decepção para digerir. Perez, que largaria em oitavo (com a saída Leclerc) e sabe economizar pneus como poucos, só realizou sua parada na volta 35 e ao sair dos boxes estava à frente de Vettel, Gasly e Lewis. Essas posições se manteriam até ao final da etapa. Prova de que a estratégia dos germânicos com Lewis foi equivocada. Já os taurinos e Perez fizeram o certo.

No final vimos Max em primeiro, Sainz Jr em segundo, Norris em terceiro (boa atuação do menino) sendo que nenhum deles disputou posições com ninguém. Aquela turma .... viu que até o melhor pode sofrer sem ter confiança em alta e um equipamento forte.

A quinta etapa de 2021 não foi aquela corrida gostosa de se ver. Por outro lado, foi marcante, já que foi a primeira vez desde 2014 que a Mercedes não é líder da tabela dos construtores. E também ficou marcada como a primeira vez em que Max lidera o campeonato em sua carreira. O bom de tudo é que o campeonato ganhou vida. A próxima etapa é no Azerbaijão, outra pista de rua, porem totalmente diferente de Monte Carlo. E aí fica a pergunta, a Red Bull se mantém ou a Mercedes volta ao seu curso natural ?

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