Max comemora uma vitória improvável (Foto/Reprodução)
A terceira etapa do campeonato de 2025 foi, sem sombra de dúvidas, a mais monótona até agora. E olha que as duas primeiras também estiveram longe de serem empolgantes. A única que salvou foi a da Austrália, graças às condições climáticas. No Japão, tivemos mais uma corrida sem disputa real pela ponta ou reviravoltas relevantes nas posições intermediárias.
Basta olhar a lista dos dez primeiros na chegada e compará-la com a ordem de largada: praticamente nenhuma mudança, exceto pela inversão de posições entre Lewis e Hadjar. Por sorte, o campeonato é longo e tudo pode mudar — essa é a esperança que mantém viva a paixão dos milhares de fãs da categoria.
Inesperado. A classificação teve seus dois primeiros estágios dominados pelas McLaren. Piastri foi o melhor no Q1, seguido de Russell e Norris. Max ficou apenas com o sexto posto. No Q2, Norris foi o mais rápido, seguido de Russell e Max. E aí veio o improvável: no Q3, Verstappen cravou a pole position, para surpresa geral, e ainda estabeleceu um novo recorde para a pista de Suzuka.
A volta foi tão impressionante que até os rivais se renderam. Alonso classificou a volta como um “momento mágico”. Andrea Stella, chefe da McLaren, elogiou: “Tiro o chapéu para o Max. Ele não é tricampeão por acaso.” O próprio Verstappen admitiu ter ficado surpreso. Até o narrador da Band já anunciava a pole de Norris quando foi surpreendido pelo cronômetro no encerramento da volta do holandês.
Corrida. Verstappen e Norris largaram bem, com Max mantendo a ponta. O restante do pelotão foi comportado e não causou acidentes. Aos poucos, Max foi abrindo mais de um segundo de vantagem, impedindo Norris de usar o DRS e controlando o ritmo da corrida.
Disputa. Próximo ao momento das trocas de pneus, Norris apertou o ritmo e reduziu a desvantagem. Ambos pararam juntos na volta 21. A McLaren foi eficiente e devolveu Norris na saída dos boxes lado a lado com Max, que já vinha pela linha. Com a saída estreita, sobrou grama para o inglês. Verstappen não deixou um espaço para o opositor. Esse foi o único momento de disputa direta pela liderança.
Rádio em alta. Norris usou o rádio para reclamar, alegando que foi empurrado para fora da pista. Politicando à sua maneira, insistiu que a manobra de Verstappen foi suja. Max, por sua vez, afirmou que apenas manteve sua linha. Após análise, os comissários consideraram o lance normal e não aplicaram punição.
Ao final. Depois das trocas, a ordem era Max, Lando e Piastri. No terço final, Piastri se aproximou do companheiro de equipe e pediu que Norris aumentasse o ritmo. A resposta foi clara: aquele era o máximo que ele conseguia entregar.
Liberação. Piastri então solicitou autorização para atacar. Silêncio da equipe. Mesmo assim, o australiano foi para cima, usando o DRS várias vezes, mas não conseguiu superar Norris.
Nas voltas finais, foi Norris quem partiu para o tudo ou nada. Mas Verstappen ainda tinha "bala na agulha" e se defendeu com solidez, mantendo a vantagem mínima até a bandeirada. Um verdadeiro jogo de gato e rato que durou até a bandeirada final.
Raridade. Apesar da monotonia, a etapa japonesa evidenciou o momento excepcional de Max Verstappen. Sua vitória foi improvável: pole histórica, controle total da corrida e resistência até o fim. Em condições normais, as McLaren teriam feito outra dobradinha, pois são mais equilibradas e gentis com os pneus da Pirelli.
Vencer com um carro inferior — e em pista seca — se tornou raridade na Fórmula 1 atual. Ainda assim, por melhor que esteja, é difícil imaginar Max conquistando o penta sem uma evolução drástica do RB21.
Fato marcante. Imagine se, por algum motivo, Verstappen não participasse da próxima etapa. Com base nos resultados desta e da temporada passada, a equipe taurina dificilmente pontuaria sem ele.
Meninos. Tivemos boas surpresas. Hadjar (8º) e Bearman (10º) fizeram ótimas corridas, considerando os carros que possuem. E Kimi Antonelli continua mostrando serviço: estreou praticamente com bilhete premiado ao cair direto num carro competitivo e, desta vez, fez prova sólida mesmo em pista seca.
Yuki. Tsunoda foi o centro das atenções nos dias que antecederam o GP, após a troca de assentos com Lawson: foi promovido à equipe principal da Red Bull. Nos treinos, andou bem, com tempos próximos aos de Max. Na classificação, decepcionou. E na corrida, saiu de 14º para 12º, após a punição de Sainz.