REGINALDO LEITE

20 - GP do México – Show da torcida e tedio na pista

Reginaldo Baleia Leite
Reginaldo Baleia Leite
Publicado em 04/11/2022 às 08:14Atualizado em 15/12/2022 às 23:48
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A etapa mexicana é uma séria candidata a ser a pior etapa de calendário de 2022. Já nos treinos vimos que esta não seria uma prova normal, contando com situações atípicas. Os 2.200 metros de altitude são um desafio para todos. Os pilotos e equipes foram obrigados a testar os compostos para 2023 em um grande número de voltas.

O fato notável foi ver a marca da estrela liderando o segundo e terceiro treinos com Russell. A equipe veio com atualizações de assolho e uma nova asa dianteira, diferente daquela que tentaram usar nos EUA, que acabou barrada pela FIA. (Raridade em 2022)

Na hora H. Max Verstappen e sua equipe repetiram um comportamento já usado em outras etapas de 2022, não se preocuparam em fazer tempos bons nos treinos. Todavia, na hora que é para valer, a classificação, apresentam suas armas e lutam com todas as forças para comandar. E assim foi o Q3 da etapa mexicana, Max na pole com Russell ao seu lado na primeira fila e Lewis e Perez compondo a segunda fila. Primeira pole de Max neste circuito.

Os vermelhos conseguiram apenas a terceira fila, com Sainz Jr e Leclerc na quarta, perdendo para uma posição para a Alfa Romeu, Bottas, que tem carro inferior e usa a mesma motorização da Ferrari 16.

Binotto. Os carros vermelhos, até essa etapa, vinham se mostrando ótimos em uma única volta para as classificações e, normalmente, ocupavam a primeira e segunda fila, o que não ocorreu desta feita. Segundo o chefão da equipe, não há explicações para o fraco desempenho de seus carros no México.

Mas, na rádio paddock, a justificativa são as dimensões do sistema de turbo alimentação usado pela equipe, o sistema de downsize tão em moda nas construções de mecanizações atuais não se deu bem, ou melhor, não foi eficaz na altitude de mais de 2000 metros do circuito mexicano. A equipe se viu obrigada a baixar os giros das turbinas, evitando quebras.

A corrida. Esta foi uma corrida difícil de ver até o final. Sem brigas pelas primeiras posições e poucas ações na turma do restolho, que normalmente é muito disputado. Max conseguir segurar a ponta, mesmo com o enorme comprimento da linha de partida até a primeira curva. Quem não se deu bem nesse início foi Russell, que caiu da segunda posição para a quarta nos momentos iniciais. Lewis pegou o segundo posto e o manteve até o fim. Assim como Perez e Russell. Só houve troca de posições nos momentos que alguém ia aos boxes para colocar pneus novos.

Duráveis. Por falar em pneus, eles foram um componente muito importante nesta competição. Todas as previsões da Pirelli foram rasgadas e ignoradas. A Alfa Romeu de Zhou levou seu primeiro jogo de pneus até a volta 47. A escolha da Mercedes de largar com médios e terminar com duros foi a chave para mais um fim de semana sem vitórias da equipe alemã. Até a Ferrari, que se transformou numa devoradora de pneus, optou por largar de macios e trocar para os médios para terminar.

Outro. Ricciardo levou seus pneus da largada até a volta 46. Quando deixou os boxes ocupava a 13ª posição, com seis segundos de desvantagem para Tsunoda. Quatro voltas depois, estava colado em Tsunoda. Na volta seguinte, o australiano tentou uma ultrapassagem infeliz, jogando a Alfa Tauri para fora da pista. A corrida do nipônico acabou aí. Já Ricciardo continuou com seu inteiro. Essa manobra custou 10 segundo de penalização ao piloto australiano. O comentarista da Band não poupou Daniel de criticas.

The Flash. Após o acidente, Ricciardo acendeu para a 12ª posição, que era de Yuki, e foi ultrapassando quem estava à sua frente. Chegando ao final na sétima posição e com mais de 10 segundos de vantagem para o oitavo. A P7 era a posição que ocupava quando foi aos boxes para calçar os compostos macios. Em 20 voltas Daniel conquistou cinco posições e também o troféu de piloto do dia e o reconhecimento de o melhor dos outros. O que não agradou o aquele narrador da TV. Na cabeça dele o piloto do dia deveria ser Verstappen, que não ultrapassou ninguém. Sem desmerecer a tocada do holandês.

Constante. Com esta conquista, Max alcançou sua 14ª vitória nesta temporada, quebrando o recorde de maior número de vitórias numa única temporada. E logicamente será ampliado até Abu Dhabi. A maturidade do holandês ficou clara ao vermos sua constância com os pneus médios. Virando da volta 27 ao final na casa de 1m e 22 segundos. Não abusando dos pneus em momento algum, mesmo no melhor momento desses compostos. Após as férias de verão, tivemos sete provas e Max venceu seis. É isso que acontece quando, no melhor carro, está um piloto em grande fase.

Por outro lado, Lewis, quando calçado de médios, se manteve perto do holandês. E quando passou para os duros para completar a prova não conseguiu chegar perto do oponente. Tanto Lewis, como seu companheiro Russell, reclamaram com a equipe sobre a tática usada na escolha dos compostos para essa etapa.

*Até Interlagos, no fim de semana dos dias 11/11 - 13/11. Até 2025 nossa etapa está garantida por contrato com a Liberty Media.

 

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