CONEXÃO URBANA

Vereadora defende protetora em conflito por latido de cães no Mariitas

François Ramos e Leilane Vieto
François Ramos & Leilane Vieto
Publicado em 03/06/2025 às 15:39Atualizado em 04/06/2025 às 14:57
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Então...
Conflito do último final de semana em grupo de WhatsApp de moradores do Chácaras Mariitas foi explicado pela vereadora Denise Max. Ela saiu em defesa da protetora que, como noticiado ontem (02) pela coluna, foi acusada de dirigir uma série de ofensas a uma mulher que reclamou de latidos dos cães por ela acolhidos, que estavam provocando desconforto de seu irmão, que é autista. Em que pese o vocabulário empregado na discussão, a parlamentar afirmou que havia uma situação pré-existente que levou ao exaurimento da paciência da benfeitora, razão pela qual ela teve o apoio de outros condôminos.

Bombinha
Denise Max, reconhecida defensora da causa animal em Uberaba, contou que na noite anterior a mulher que reclamara dos cães havia atirado “bombinhas” para assustar alguns gatos em situação de rua, o que inclusive motivou sua ida ao local, em posse da legislação que proíbe a soltura de fogos de artifício na cidade, com o objetivo de adverti-la que impor maus-tratos a animais é crime. A parlamentar apontou também a inconsistência do motivo da reclamação que motivou o conflito no grupo de WhatsApp: “Quem tem irmão autista, sensível ao barulho, solta explosivos?”

(Foto/Ilustrativa/Reprodução)

(Foto/Ilustrativa/Reprodução)

Artilharia
Muitos vizinhos da protetora saíram em sua defesa após a repercussão da matéria publicada ontem. Nenhum deles negou que muitos foram os moradores que hostilizaram a reclamação quanto ao barulho dos cães no grupo de WhatsApp, mas afirmaram que o Chácaras Mariitas não é lugar para quem “precisa de tanto silêncio”, pois várias propriedades são locadas para festas e barulho de som alto é algo normal por lá: “Ninguém reclama”, afirmou um deles para disparar em sequência um sonoro “no meu quintal mando eu”.

Algo errado
Uma das moradoras do Mariitas afirmou que o trabalho desenvolvido pela protetora é digno de aplausos, “pois ela retira animais abandonados das ruas e traz mais segurança para quem trafega pelo local”. Além disso, foi categórica em afirmar que os animais abrigados não costumam latir, exceto quando tem “coisa estranha acontecendo. Vale lembrar que furtos e roubos são comuns e muitas propriedade têm cães justamente para espantar os marginais”, frisou. Outra, foi incisiva em dizer que “aqui não é lugar de silêncio, a gente tem que aproveitar o lazer da gente mesmo, os incomodados é que se mudem”

Bom senso
A coluna também conversou com a protetora para ouvir sua versão. Ela reforçou o que foi dito por seus vizinhos e esclareceu que os cachorros latiram como se houvesse alguém mexendo com eles, “estavam nervosos”, pois normalmente só latem quando ela sai ou chega em casa, e “mesmo assim logo param”. Disse ainda, que as reclamações da vizinha não são uma novidade, “ela não gosta de animais, mente que eu tenho mais de trinta, mas do barulho das festas não reclama, o incômodo é seletivo”.

Pega?!
Por fim, a vereadora Denise Max disse que não vai permitir que o trabalho dos protetores de animais seja criminalizado e prometeu uma postura firme em relação àqueles que desejam utilizar a perturbação do sossego como motivo para impedir o cuidado pelos benfeitores, o que sinaliza, para breve, um possível confronto com a vereadora Ellen Miziara, que inclusive já requereu  realização de uma audiência pública para melhor entender a legislação e promover o adequado enfrentamento do barulho excessivo em Uberaba.

Avanço que pede continuidade
A lotação do auditório da Prefeitura na capacitação sobre bullying e violência sexual, na segunda-feira (2), mostra que Uberaba tem profissionais dispostos a se envolver em causas urgentes. É um sinal positivo, sobretudo pelo esforço de integrar diferentes setores da rede de proteção. Mas não se pode parar por aí: o desafio agora é transformar essa mobilização em ações permanentes, com protocolos claros, estrutura adequada e política pública sustentada — e não apenas pontual.

Esse é o caminho
A parceria da Polícia Federal e a presença de vários especialistas em políticas públicas no evento promovido pelas Secretarias de Saúde e de Desenvolvimento Social, é um exemplo da abordagem multidisciplinar que a infância exige. O programa Guardiões da Infância traz uma importante contribuição para a prevenção no ambiente digital. A crítica que cabe aqui é construtiva: que essa integração não substitua, mas fortaleça o protagonismo da educação, da assistência social e da saúde. Segurança é parte do todo que envolve os processos de prevenção da exploração e do abuso sexual de crianças e adolescentes, seja no meio virtual ou físico. É a união que faz a diferença para estratégias eficientes!

(Foto/Lílian Veronezi/Divulgação/PMU)

(Foto/Lílian Veronezi/Divulgação/PMU)

Então...
A autodeclarada “saída” de Carla Zambelli do país nesta terça-feira (03), após condenação unânime no Supremo Tribunal Federal (STF), fecha um ciclo de protagonismo tão ruidoso quanto perigoso. A ex-bolsonarista de linha de frente tentou transformar o Parlamento em palco de pirotecnia jurídica e digital. Agora, com a iminente e concreta possibilidade de prisão, busca abrigo na cidadania europeia que mantinha em silêncio. Foge não apenas da pena, mas da irrelevância em que já havia mergulhado desde 2023.

O bolsonarismo se recolhe?!
O caso de Zambelli não é isolado: repete o roteiro de aliados do bolsonarismo que, quando confrontados pela Justiça, alegam perseguição e se exilam. O discurso da “valente injustiçada” esbarra no peso das provas e no consenso dos ministros do STF. Ao deixar o país, a deputada cassada sinaliza, mais do que medo da prisão, simboliza a falência de um projeto político que apostou na desordem como método — e que agora tenta sobreviver longe das instituições que sabotar.

Um passo necessário
A aula inaugural do Programa Brasil Alfabetizado, marcada para terça-feira (10), às 18h30, no anfiteatro do Cemea Boa Vista, é um respiro em meio ao apagão histórico da educação de jovens e adultos no país. Uberaba inicia com apenas 30 alunos divididos em duas turmas — número modesto diante da dimensão do problema. Ainda assim, trata-se de um gesto de relevante valor simbólico: investir na alfabetização tardia é resgatar direitos básicos negados por décadas de descaso. Que essa semente encontre solo fértil e políticas permanentes.

A política do essencial
Importante lembrar que ensinar a ler e a escrever não é um favor do Estado — é dever constitucional. Ao aderir ao Pacto Nacional pela Superação do Analfabetismo, o município de Uberaba acerta ao voltar seu olhar para um público historicamente invisibilizado. O desafio, porém, vai além da aula inaugural: exige continuidade, formação dos educadores, acompanhamento dos alunos e enfrentamento das causas que ainda hoje levam tantos brasileiros à vida adulta sem acesso à palavra escrita. Alfabetização precisa deixar de ser promessa e tornar-se prioridade — só assim o país alcançará desenvolvimento humano real.

Esporte que aproxima
Com arquibancadas cheias e energia contagiante, a Funel celebrou seus 10 anos com um fim de semana que uniu esporte, cultura e inclusão. A Arena Funel foi palco de competições vibrantes e atividades para todas as idades, provando que o investimento em esporte vai além da performance: fortalece laços comunitários, promove saúde e cria oportunidades para a juventude. O Festival de Voleibol de Base e a XII Copa dos Campeões mostraram o potencial da formação esportiva em Uberaba. Que venham mais décadas de fomento ao lazer como política pública.

(Foto/Alfredo Neto/Divulgação/PMU)

(Foto/Alfredo Neto/Divulgação/PMU)

Profissão perigo
A proposta anunciada por Lula nesta terça-feira (3/6), de criar uma linha de crédito para que entregadores de aplicativos comprem suas motocicletas, pode soar generosa, mas embute um risco: reforçar o modelo de trabalho precarizado sem oferecer garantias reais. Oferecer financiamento sem discutir garantias trabalhistas, previdência e condições dignas de labor é apostar na lógica de que a responsabilidade por sobreviver pertence apenas ao próprio obreiro, sem ônus algum para as grandes corporações, que lucram com a sua atividade. É preciso mais que crédito: é preciso coragem para enfrentar as big techs da exploração.

O conforto possível
Porém, ao anunciar a criação de pontos de descanso para entregadores e caminhoneiros, o presidente Lula toca em um problema real: o exaustivo cotidiano dos que movem a economia sobre duas rodas. A proposta, no entanto, soa paliativa diante da ausência de regulamentação efetiva do trabalho por aplicativo. Descanso é direito, não gentileza. A pergunta que fica: o governo vai continuar contornando o conflito com as plataformas ou finalmente enfrentará a uberização com políticas estruturantes? É esperar para ver!

Frase
"Caminhamos para a servidão, e isso ainda será um privilégio." (Ricardo Antunes)

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