Arte como política pública de inclusão
A 4ª edição da ExpoAutismos fez da Câmara de Uberaba mais que um espaço legislativo: um epicentro de transformação social. Ao institucionalizar o evento no calendário popular, a Lei Municipal 13.908/23 de autoria do vereador Ismar Marão, garantiu não apenas a continuidade da mostra, mas também a valorização da produção artística de pessoas com TEA. Em tempos de polarização, essa iniciativa revela como a política cultural pode ser vetor de empatia e pertencimento, dando visibilidade a vozes historicamente silenciadas.
O protagonismo neurodiverso ocupa o centro da cena
A fala emocionada de Fernanda Fonseca, da ONDA Autismo, sintetizou a alma do evento: "Nossa existência completa o mundo". Na prática, a ExpoAutismos rompe com o modelo assistencialista e transfere o protagonismo aos próprios autistas, que agora narram suas experiências pela arte. Performances como a de Arthur Miguel ao violino e o colorido lúdico do Circo do Povo ilustram como a sensibilidade artística floresce quando o olhar público é mediado por respeito e escuta.
(Foto/François Ramos)
Consenso político em torno da inclusão
Não passou despercebida a convergência entre vereadores de diferentes partidos em torno da ExpoAutismos. Ismar Marão (PSD), autor da lei que institucionalizou a mostra, foi enfático ao falar em "reparação histórica", enquanto colegas como Túlio Micheli (PSDB) e Marcos Jammal (PSDB), Diego Rodrigues (PDT) e Lu Fachinelli (União Brasil) exaltaram o caráter suprapartidário da causa. A lição deixada é clara: quando o tema é inclusão com dignidade, o Legislativo pode – e deve – unir forças para transformar a cidade num espelho de sua pluralidade.
Beber e dirigir: um risco que não se pode normalizar
O episódio registrado na Univerdecidade no domingo (22) escancara, mais uma vez, a irresponsabilidade de quem insiste em dirigir após consumir álcool. Além de colocar a própria vida em risco, o condutor embriagado ameaça a segurança de terceiros, zombando das leis e da ética coletiva. Recusar o teste do bafômetro após o flagrante pela Guarda Civil Municipal não apagou os sinais evidentes de embriaguez – apenas reforça o desprezo pela convivência cidadã.
Prevenção também exige firmeza
A atuação rápida e eficiente da Guarda Civil Municipal de Uberaba durante o patrulhamento preventivo evitou o que poderia ser uma tragédia no trânsito. A identificação do comportamento suspeito, seguida da abordagem técnica e do encaminhamento à delegacia, demonstra preparo e compromisso da corporação com a segurança viária. Em tempos de banalização da imprudência, ações como essa reafirmam a importância de políticas públicas baseadas em fiscalização e responsabilidade.
(Foto/Divulgação/GCM)
Pedra do Produtor começa a semana com equilíbrio
A movimentação na Ceasa de Uberaba, nesta segunda-feira (23), abriu a semana com uma leitura positiva para o consumidor: apesar de alguns aumentos pontuais, predominou a estabilidade entre os hortifrutigranjeiros. Nove dos 18 produtos mais vendidos mantiveram seus preços, e a banana-nanica despontou como boa notícia, com queda expressiva de quase 30%. O cenário reforça a resiliência do abastecimento regional mesmo diante de oscilações típicas do período.
Volatilidade controlada
Com 25 produtores ocupando 35 espaços no galpão, a Ceasa demonstrou vitalidade e organização no giro de mercadorias, mesmo com oscilações como a alta de 20% no jiló e banana-prata. A diversidade na variação de preços reflete a dinâmica própria do setor, mas sem descontrole. Cabe à gestão da Sagri seguir atenta, promovendo equilíbrio entre a remuneração justa ao produtor e o poder de compra do consumidor. Quinta-feira (26), a feira recomeça com expectativas cautelosas.
Alerta de chuva intensa
Uberaba está entre as 224 cidades mineiras que entraram em alerta de perigo potencial emitido pelo Inmet nesta segunda-feira (23). Com previsão de até 50 mm de chuva e ventos de até 60 km/h, o volume pode causar enxurradas, quedas de árvores e danos à rede elétrica. O aviso vale até às 10h de terça-feira (24), exigindo prudência da população, sobretudo em áreas de risco e trânsito urbano.
Defesa e prevenção devem caminhar juntas
Embora classificado como alerta amarelo, o aviso do Inmet não deve ser subestimado. Com o inverno começando e o solo ainda sensível em algumas regiões, a possibilidade de alagamentos e acidentes se eleva. Cabe ao poder público intensificar ações preventivas e à população, seguir orientações de segurança: evitar abrigar-se sob árvores, não estacionar próximo a placas e ficar atento a sinais de instabilidade no tempo. Prevenir continua sendo a melhor resposta.
Propaganda no WhatsApp
O anúncio da Meta de que o WhatsApp passará a exibir propagandas marca um ponto de inflexão na história do aplicativo. A plataforma, que sempre se vendeu como um espaço livre de anúncios e baseada na privacidade, agora segue a lógica do mercado: monetizar um público de mais de 3 bilhões de usuários. Para Uberaba, onde o app é amplamente utilizado por comerciantes, igrejas, escolas e pequenos negócios, a medida pode transformar radicalmente o modo como a comunicação digital é percebida – e usada.
O usuário como produto
A exibição de anúncios na aba “Atualizações” pode parecer discreta, mas revela uma movimentação silenciosa e mais profunda: a coleta de dados entre aplicativos da Meta para direcionamento comercial. A frase do cofundador Jan Koum ressoa com força: “você, o usuário, é o produto”. Em cidades onde a comunicação comunitária ainda depende fortemente do WhatsApp, cabe um alerta: a publicidade não é neutra – ela molda interesses, relações e até a informação que circula nas redes locais.
A violência nunca é solução, mas omissões também cobram seu preço
A agressão cometida por um pai contra uma criança de 4 anos durante festa junina em escola particular do DF é injustificável e chocante. No entanto, o episódio que viralizou nas redes sociais de todo o Brasil também escancara um segundo problema: o relato do homem que seu filho havia sofrido sucessivas agressões impostas pelo “coleguinha”, sem que medidas efetivas fossem tomadas pela escola. Quando o espaço escolar falha em acolher e agir, acaba alimentando o terreno para reações extremas – ainda que equivocadas e condenáveis.
Escola não é cenário de vingança, mas tampouco pode ser omissa
O ambiente escolar deve ser espaço de proteção integral, diálogo e mediação. Se há queixas recorrentes entre famílias e nenhuma providência pedagógica é visível, instala-se a sensação de abandono – que pode se converter em ações desesperadas e violentas. Em Uberaba, onde crescem os relatos de conflitos escolares desde a educação infantil, é urgente fortalecer protocolos de escuta ativa, atuação preventiva e gestão de conflitos com seriedade e agilidade.
Cultura de paz exige responsabilidade coletiva e ação concreta
Mais do que frases de efeito em notas oficiais, a promoção de uma cultura de paz exige práticas consistentes. Isso inclui desde a formação continuada de professores para lidar com questões socioemocionais até canais abertos e eficazes de diálogo com as famílias. A ocorrência em Vicente Pires serve de alerta: se não fortalecermos o papel mediador da escola e não educarmos desde cedo para o respeito mútuo, seguiremos convivendo com explosões de violência que poderiam – e deveriam – ter sido evitadas.
Frase
"Se a educação não é libertadora, o sonho do oprimido é ser o opressor". (Paulo Freire)