Neonazismo na terra do Zebu
O aumento de células neonazistas no país, de 72 em 2015 para 1.117 em 2022 (dados da antropóloga Adriana Dias), é um fenômeno preocupante e sintomático da radicalização entre jovens. A popularidade de ideologias extremistas, incluindo a apologia às ideias de Hitler, reflete uma profunda crise de valores e a falha do Estado e das instituições em combater discursos de ódio. Em Uberaba, casos como o que envolve a possível presença de grupo extremista na Universidade Federal do Triângulo Mineiro, já denunciado pelo articulista Marco Tulio Reis (JM), evidenciam que o problema não se restringe às redes sociais – ele pode invadir até mesmo campi universitários, espaços que deveriam promover diversidade e pensamento crítico.
(Imagem: Reprodução)
Crime e castigo?!
A denúncia sobre ameaças neonazistas na UFTM, incluindo promessas de estupro coletivo e intimidação à comunidade LGBTQIAPN+, foi publicada em fevereiro pelo JM, mas, segundo relatos dos estudantes, que por razões óbvias solicitaram manter seu anonimato, nada foi feito: “O desinteresse das autoridades universitárias e da segurança pública perpetua a sensação de impunidade. Se as instituições de ensino não agirem com rigor, o ambiente acadêmico se tornará palco de violência, como já ocorreu em escolas e outras universidades no Brasil e no mundo”, afirmou um deles à coluna Conexão Urbana!
Deepweb e recrutamento digital
O uso da deepweb (parte da internet que não é indexada pelos mecanismos de busca convencionais, sendo considerada um submundo digital) e redes sociais por grupos neonazistas facilita o recrutamento de jovens, muitas vezes alienados e vulneráveis. A falta de monitoramento eficiente por plataformas e órgãos de inteligência permite que essas células se organizem e ampliem suas redes. Fato é que enquanto o Estado não priorizar o combate ao extremismo digital, ameaças como as relatadas na UFTM continuarão a se multiplicar, colocando minorias em risco real. Os pais também precisam se envolverem no enfrentamento deste absurdo e ficarem atentos aos conteúdos consumidos por seus filhos e a mudanças de comportamento, denunciando às autoridades qualquer ameaça.
Esperar pra ver?!
Pelo menos uma coisa é certa: não basta repudiar o neonazismo: é preciso investigar, processar e punir. Não pode haver dúvidas de que as universidades devem cortar vínculos com estudantes envolvidos em crimes de ódio, e que o Ministério Público precisa agir. Mas a sociedade também tem papel crucial, precisa denunciar, pressionar e não normalizar discursos extremistas. Tragédias como a que aconteceu em Uberaba, com o assassinato imotivado de uma adolescente dentro da escola, embora ainda não associada a militância político-ideológico ou filosófica, evidenciam a violência presente no cotidiano de estudantes de todas as idades, e infelizmente não podem continuar sendo tratadas como fatos isolados; elas são fruto de omissão. Se nada for feito em relação às denúncias registradas por membros da comunidade LGBTQIAPN+ em relação à presença de grupo neonazista UFTM, o próximo caso pode ser tornar questão de tempo. A tradicional instituição de ensino uberabense foi consultada sobre a situação e tão logo recebamos seu posicionamento publicaremos.
Mobilização contra a violência infantil
Na última sexta-feira (16), uma caminhada com cerca 80 pessoas reforçou a importância do Maio Laranja em Uberaba, mas também evidenciou a gravidade de um crime que ainda assombra milhares de crianças no país. Apesar de chamar a atenção das pessoas com fanfarra e cartazes, a realidade exige mais do que simbolismo presente na iniciativa de conscientização. A reflexão exige consciência de que faltam investimentos robustos em prevenção e atendimento às vítimas da violência sexual infantil. A sensação de impunidade persistirá enquanto as ações não foram além das passeatas, que é claro têm muito valor, mas por si só não provocam no agressor a necessidade da transformação necessária ao banimento da conduta.
(Foto: Lílian Veronezi/Divulgação/Secom/PMU)
Denúncias não bastam
A campanha do Maio Laranja em Uberaba chama atenção para um dado alarmante: a maioria dos abusos contra crianças ocorre dentro de casa, cometido por pais, padrastos, tios ou avôs. Apesar da mobilização nas ruas, o desafio maior está em quebrar a cultura de omissão que protege agressores em nome de "não expor a família" ou de seguir o “caminho divino do perdão”. Enquanto o medo, a vergonha e distorcidos discursos religiosos impedirem denúncias, as políticas públicas continuarão falhando. Não basta conscientizar – é preciso garantir que as vítimas tenham a quem recorrer para onde fugir (se necessário for) e que os criminosos, mesmo se da família, sejam punidos com rigor. A sociedade não pode mais fechar os olhos para os absurdos que se sucedem em registros nas páginas dos jornais.
Aquela liderança...
O ex-presidente Jair Bolsonaro está novamente a “precisar” de auxílio financeiro dos seus apoiadores. Mesmo tendo recebido doações em volume superior a R$17,2 milhões após campanha de arrecadação via Pix foi iniciada em 2023 por seus aliados para auxiliá-lo com despesas legais decorrentes de processos que enfrenta após a derrota nas urnas e as investigações que o colocaram na condição de réu por tentativa de golpe de Estado, parece que o político encontra-se em situação complicada de novo. Tanto que O ex-ministro do Turismo Gilson Machado (PL-PE) publicou na 6ª feira (16) um vídeo em que pede novas doações via para o agora inelegível ultradireitista.
Hein?!
De acordo com Gilson Machado, dos mais de R$17 milhões arrecadados, cerca de R$8 milhões já teriam sido gastos em menos de três anos, em despesas diversas, incluindo honorários advocatícios e custos hospitalares. Além disso, o ex-presidente estaria a bancar a estadia de seu filho Eduardo nos Estados Unidos. Em um país no qual o trabalhador brasileiro sobrevive com um salário mínimo de R$ 1.518 – valor que mal cobre o básico em meio à alta dos alimentos, do aluguel e dos transportes, isso é “um tapa na cara”. Apresenta-se aqui uma disparidade escancarada na distância entre a elite política e a realidade da população que os elege. Pior é ter a certeza que a parcela alienada destes obreiros estarão entre aqueles a tirar de seu sustento para bancar vida boa para quem já é custeado pelos impostos que pagamos.
Realidade
Bolsonaro, assim como todos os ex-presidentes brasileiros têm direito a vários benefícios custeados pelos cofres públicos, dentre eles segurança, dois veículos oficiais com motoristas, assessoria, e viaturas para eventos no Brasil e exterior, tudo garantido pela Lei nº 7.474/1986. Além disso, podem ter direito a diárias de hotel e passagens de avião, bem como a manutenção dos carros oficiais. Não bastasse a mordomia, o líder conservador acumula a aposentadoria de capitão reformado do Exército com a de deputado federal. Se esta é a situação de alguém que precisa de doações o que dizer dos mais de 40 milhões de trabalhadores que precisam viver com um salário mínimo e sem direito a sequer um “auxílio botina”?
(Foto: Reprodução)
Vacinação
A Câmara de Uberaba, em parceria com a Prefeitura, promoveu na sexta-feira (16) mais uma edição do projeto "Câmara em Ação". Ao todo foram aplicadas 504 vacinas na estrutura montada na Praça Rui Barbosa, em frente ao Paço Municipal. Desse total, 388 contra influenza (gripe), 82 contra Covid-19 e 34 de rotina. Foram atendidos adolescentes, adultos e idosos. O presidente da Casa, Ismar Marão, celebrou o sucesso da iniciativa que segundo ele reforça o compromisso do Legislativo com políticas públicas de saúde e prevenção.
O esforço continua
Quem perdeu o “Câmara em Ação” ainda pode se vacinar. Basta se dirigir a qualquer unidade de saúde do município durante a semana. Basta apresentar documento pessoal e cartão de vacinação. A Secretaria de Saúde está investindo em iniciativas permanentes não apenas de imunização, mas de combate a desinformação e incentivo à prevenção de doenças.
Prevenção
A Prefeitura de Uberaba realizou na sexta-feira (16) a 3ª edição do "Encontro de Lideranças", com foco nos impactos do assédio moral no serviço público. O evento, organizado pela Secretaria de Administração (SAD), reuniu gestores municipais para discutir desde os danos psicológicos até as implicações jurídicas dessas práticas. O psicólogo Sérgio Marçal alertou sobre os prejuízos à saúde mental e à produtividade, enquanto o analista jurídico Taciano Zanolini explicou os mecanismos legais de proteção aos servidores.
Ética e respeito
A secretária de Administração, Taciana Balduíno, destacou que a iniciativa visa fortalecer uma cultura organizacional baseada no respeito e na valorização dos servidores: "Lideranças preparadas são essenciais para uma gestão pública humana e eficiente". O ciclo de palestras continuará abordando temas relevantes para a administração municipal, com o objetivo de transformar o ambiente de trabalho e coibir práticas abusivas. Servidores têm à disposição canais de denúncia e suporte jurídico na Controladoria-Geral do Município.
Flores
A 11ª Conferência das Orquídeas "NW", no Parque da Paz, posiciona Uberaba no mapa da conservação ambiental, reunindo especialistas nacionais e internacionais em torno das espécies nativas Cattleya nobilior e Cattleya walkeriana. A parceria entre o Orquidário Terra, Secretaria de Meio Ambiente e Fundação Cultural demonstra a eficácia da gestão pública aliada à iniciativa privada para promover ecoturismo e educação ambiental. Com entrada gratuita e ação solidária (troca de leite - para a Apae - por mudas), o evento reforça o compromisso socioambiental da cidade.
Projeto
O secretário de Meio Ambiente, Edno Silveira destaca que a Conferência vai além da exposição: é parte de um projeto estratégico de reintrodução de orquídeas em parques como Mata do Carrinho (já com 200 mudas), Mata do Ipê e Jacarandá. A iniciativa, pioneira no Triângulo Mineiro, combate a extinção de espécies enquanto transforma espaços públicos em santuários ecológicos – alinhando preservação ao potencial turístico de Uberaba, terra que agora floresce literalmente como modelo de sustentabilidade.
Frase
“Como é maravilhoso que ninguém precise esperar um minuto sequer antes de começar a melhorar o mundo”. (Anne Frank)
