(Foto/Divulgação)
Foi uma quinta-feira de comoção geral pela tragédia envolvendo o assassinato de uma menina de 14 anos por seu colega de sala de aula, numa das mais conceituadas escolas particulares de Uberaba. Jamais se poderia imaginar um fato como este, numa cidade como a nossa. Até então eram fatos que aconteciam em escolas dos Estados Unidos e, eventualmente, em alguma capital brasileira, como São Paulo. Mas, aqui, um crime como esse era absolutamente impensável. Mas aconteceu. Hoje temos duas famílias destruídas e uma cidade inteira em choque. O inacreditável é uma realidade.
APOIO
À tarde, a prefeita Elisa recebeu telefonema do Ministro Camilo Santana, se solidarizando com a cidade pela tragédia. O ministro informou que enviará uma equipe do Ministério da Educação a Uberaba na próxima semana, para apoiar a escola, professores e as famílias. O vice-governador Mateus Simões também manifestou solidariedade à prefeita. A ideia é fazer um trabalho de sensibilização em todas as escolas municipais e também nas particulares, em especial à que passou por essa tragédia.
SOLIDARIEDADE
“Diante de situações tão dolorosas como essa, somos chamados a uma reflexão. Precisamos estar mais próximos de nossos filhos, ouvi-los com atenção, dialogar com a verdade, acolhê-los com amor. Precisamos fortalecer os laços entre família, escola, comunidade. É no afeto, no cuidado, e na escuta que construímos pontes para transformar a realidade” – destacou a prefeita Elisa. “Eu quero aqui agradecer ao governo do Estado e governo federal, que ofereceram ajuda, apoio, assistência técnica, psicológica, para o enfrentamento desse momento como um todo”.
TEORIAS
Ainda no período da tarde, enquanto as polícias procuravam o garoto e a família da vítima chorava sua morte, muitas informações desencontradas movimentaram as redes sociais. Algumas postagens foram marcadas pela crueldade, outras movidas pela compaixão, e muita, muita, muita fake news sobre o caso. Surgiram as mais diversas teorias, nenhuma delas provada, pois a Polícia só conseguiu localizar o garoto no fim do dia, mais de cinco horas depois do ato tresloucado por ele cometido contra a colega. Ainda será preciso colher informações para esclarecer os fatos. Por isso, muito do que se viu nas redes sociais era a exteriorização de um sentimento de ódio por um menino que precisa de tratamento. É um garoto ainda em formação, que não soube lidar com suas emoções e reagiu com uma violência injustificável.
ADOECIMENTO MENTAL
Nenhum motivo justifica o crime praticado pelo garoto. Mas o fato evidencia o quanto a nossa juventude está mentalmente adoecida e emocionalmente vulnerável. O advogado Glorivan Bernardes, que atuou durante muitos anos na Polícia Federal, defende que é preciso rever urgentemente toda a política de segurança para dentro da sala de aula. É óbvio que ninguém poderia supor uma situação com essa. Mas daqui pra frente é preciso realmente redobrar a vigilância, não apenas nas escolas particulares, como também nas públicas. “Os meus estudos sobre o comportamento humano e violência me levam a uma preocupação extrema: de que fatos iguais a este se repitam” – alerta Glorivan. Ouso acrescentar que nós, pais, precisamos estar mais próximos dos nossos filhos.
JOGOS, REDES E CIA
Não é hora de criticar, nem crucificar quem quer que seja. Mas de acender o sinal de alerta sobre o excesso de tempo que os jovens ficam diante das telas, e o quanto se envolvem com jogos virtuais. Isso está adoecendo os nossos meninos que, antes, jogavam bola na rua. Ou, as meninas, brincavam de boneca com as amigas. Ninguém mais lê um livro. Ninguém mais joga conversa fora. Tudo é whatsapp, exibicionismo em redes sociais, ilusão com postagens de luxo e magreza, ou status de mentirinha, mas que leva nossos filhos a querer tudo aquilo. Precisamos acordar e despertar nossos filhos para a realidade, para os verdadeiros valores do trabalho, da amizade, da convivência com os familiares e amigos e tudo aquilo que está se perdendo nesse mundo de ilusão criado pela internet. Como mãe, como avó, acredito que precisamos reagir enquanto sociedade, antes que seja tarde demais.
SOLIDARIEDADE
A vítima, de apenas 14 anos, era uma menina alegre, cheia de vida e muita querida pelos colegas, segundo me disseram. Era filha de um coordenador do colégio onde o crime ocorreu e sobrinha de magistrada atuante na Comarca de Uberaba. A família está devastada. Não consigo nem imaginar a dor da mãe da menina, cujo coração certamente está dilacerado. Aos pais e demais familiares da menina, a nossa solidariedade e o nosso apoio nesse momento de dor extrema.
MAIS UMA
Está marcada para o dia 22 a terceira (isso mesmo: terceira) audiência pública para discutir o Plano de Mobilidade Urbana de Uberaba.
PRÊMIO
Teleconsultoria em endocrinologia e matriciamento do Cemdhi renderam a Uberaba o prêmio OPAS de reconhecimento às iniciativas que contribuem com a inovação, qualidade e compromisso para o fortalecimento do cuidado especializado do SUS. Na foto ABAIXO, a secretária Valdilene Rocha ladeada pela endocrinologista Elizabeth Mantovani e pela assistente social Cristina Strama.