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Conheça os 7 países que exportam mais de US$ 1 bilhão em produtos agro para o Brasil

Daniela Miranda
Daniela Miranda
Publicado em 20/04/2023 às 22:26Atualizado em 20/04/2023 às 22:27
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O Brasil é conhecido por ser um grande exportador de alimentos, fibras e bioenergia, mas também importa produtos do setor agropecuário de outros países. No primeiro trimestre de 2023, as importações brasileiras somaram US$ 4,470 bilhões (R$ 22,1 bilhões na cotação atual), um recorde para o período, de acordo com o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). O aumento foi de 18,5% em comparação com o mesmo trimestre de 2022.

Embora as importações brasileiras sejam significativamente menores do que as exportações (que somaram US$ 159 bilhões em 2022), elas são importantes porque estabelecem uma relação comercial de mão dupla nas negociações comerciais. Além disso, o Brasil é um grande mercado consumidor de 200 milhões de pessoas e é cobiçado por outros países.

As importações brasileiras incluem uma grande variedade de produtos, desde cereais como trigo até bebidas, passando por produtos florestais, oleaginosas, pescados, frutas e lácteos. Alguns itens inusitados também aparecem na lista, como água mineral, com gastos de US$ 2,5 milhões, e tomates, uma fruta na qual o Brasil tem investido muito na última década. Em 2022, foram importadas 23,9 mil toneladas de preparados e conservas de tomate, por US$ 22,3 milhões.

No ano passado, as importações brasileiras de produtos agro também bateram recorde, totalizando US$ 17,240 bilhões, em comparação a um intervalo de compras que variou de US$ 13 bilhões a US$ 15 bilhões por ano na última década.Confira o levantamento feito pela Forbes Agro: 

1 – Argentina
O Brasil importou US$1 bilhão em produtos agrícolas da Argentina nos primeiros três meses de 2023. Historicamente, o Brasil gasta mais de US$3 bilhões por ano em produtos agrícolas argentinos, com um recorde de US$4,249 bilhões gastos no ano passado, representando 24,6% das importações brasileiras de produtos agrícolas. Os maiores gastos do Brasil na Argentina em 2022 foram com cereais, farinhas e preparações, com destaque para o trigo. O Brasil é o maior cliente do trigo argentino, com compras de 4,5 milhões de toneladas por US$991,1 milhões em 2022. As compras brasileiras também se destacam nos produtos hortícolas, legumes e raízes, especialmente batatas, e lácteos, com compras de US$228,3 milhões, dos quais US$124,3 milhões foram em leite fluido.

2 – União Europeia
No primeiro trimestre de 2023, a União Europeia exportou US$ 953,1 milhões em produtos agro para o Brasil, representando um aumento de 29,8% em relação ao mesmo período do ano passado. Em 2022, o Brasil importou US$ 3,193 bilhões em produtos agro da Europa, sendo que os produtos oleaginosos e as bebidas alcoólicas foram as principais pautas de compras.

3 – Paraguai
O Brasil importou US$ 283,3 milhões em produtos agro do Paraguai no primeiro trimestre de 2023, com destaque para o milho, que é comprado principalmente por produtores de aves do Sul do país. No ano passado, as compras do Brasil nesse país ultrapassaram US$ 1 bilhão, sendo o milho e a soja os principais produtos. Além disso, as compras de carne têm aumentado, devido aos investimentos de frigoríficos brasileiros no Paraguai. A maior parte das compras de carne do Brasil é de bovina in natura, já desossada.

4 – Chile
No primeiro trimestre de 2023, o Brasil importou do Chile produtos no valor de US$ 349,8 milhões, superando o mesmo período do ano anterior. No ano passado, o Chile vendeu ao Brasil um total de US$ 1,380 bilhão em produtos do agro, representando 8% das importações brasileiras. Desde 2013, as importações de produtos chilenos ultrapassam US$ 1 bilhão por ano, com destaque para os pescados, que totalizaram US$ 811,8 milhões em 2022. As frutas também são bastante procuradas, incluindo nozes e castanhas (US$ 52,5 milhões), uvas (US$ 44,6 milhões), maçãs (US$ 36 milhões) e cerejas (US$ 24 milhões).

5 – China
No primeiro trimestre de 2023, o Brasil importou US$ 296,4 milhões em produtos agroindustriais da China, mostrando uma retomada nas aquisições. A maior pauta de compras do país asiático é de produtos florestais, seguida por fibras e produtos têxteis, com destaque para o vestuário de algodão. Em 2021, as importações do Brasil da China foram de US$ 1,113 bilhão, representando 6,5% do total do ano.

6 – Uruguai
No primeiro trimestre deste ano, o Brasil importou do Uruguai produtos do agro no valor recorde de US$ 371,9 milhões. Desde 2010, o país tem importado do vizinho valores acima de US$ 1 bilhão, sendo que os setores de cereais e lácteos são os mais comprados. As importações uruguaias de cereais foram de US$ 430,7 milhões, com destaque para o malte, enquanto que as de lácteos foram de US$ 219,2 milhões, com o leite fluído ou em pó sendo os mais comprados.

7 – Estados Unidos
No primeiro trimestre de 2023, as exportações de produtos agro dos EUA para o Brasil totalizaram US$ 213,2 milhões, uma queda de 7,1% em relação ao mesmo período de 2022. Embora o Brasil tenha diminuído suas importações do agro norte-americano, ainda há valores acima de US$ 1 bilhão, embora já tenham sido o dobro há uma década.

O setor florestal é um dos destaques na pauta diversificada de importações do Brasil dos EUA, representando as maiores compras em 2022, no valor de US$ 184,6 milhões, com celulose e papel como produtos em destaque. Outros setores de destaque incluem cereais, produtos de origem animal e vegetal, bebidas e o complexo sucroalcooleiro.

Países que mais exportam para o Brasil (Foto/Divulgação)

Países que mais exportam para o Brasil (Foto/Divulgação)

Cana em alta
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou nesta quinta-feira (20) que a produção de cana-de-açúcar no Brasil atingiu 610,1 milhões de toneladas, o que representa um aumento de 5,4% em relação à safra anterior. Esse resultado superou a estimativa anterior do órgão, publicada em dezembro, que apontava um volume de 598,3 milhões de toneladas. A produtividade média da safra 2022/23 no Brasil também cresceu em relação ao ciclo anterior, com um aumento de 6,1% para 73,6 toneladas por hectare. Isso se deve à recuperação dos canaviais após os efeitos do tempo seco e das geadas ocorridos na safra 2021/22. A projeção de produtividade para 2022/23 também foi revisada para cima, superando em mais de 1,5 tonelada/hectare a estimativa divulgada em dezembro.

Gene especial
Pesquisadores da Universidade da Pensilvânia descobriram um gene na raiz do milho que pode permitir a criação de variedades mais resistentes à seca e a solos com baixo teor de nitrogênio, ajudando a combater a insegurança alimentar global. O estudo, que levou mais de uma década e envolveu uma equipe internacional liderada pela Penn State, identificou um gene que codifica um fator de transcrição, uma proteína que ajuda a converter DNA em RNA, desencadeando uma sequência genética que permite que as raízes do milho absorvam mais água e nutrientes. As descobertas foram publicadas em 16 de março no Proceedings of the National Academy of Science.

Biometano
A New Holland Agriculture, pertencente ao grupo italiano CNH Industrial e fabricante de máquinas agrícolas em todo o mundo, começou a vender no Brasil um trator movido a biometano. A SF Agropecuária, localizada em Mato Grosso do Sul, foi a primeira propriedade a adquirir a máquina, que já possui cerca de 200 unidades em funcionamento em todo o mundo. A empresa convidou cerca de 150 pessoas, entre técnicos e produtores, para verem de perto como o trator está se saindo nas atividades agrícolas na fazenda em Brasilândia (MS). O valor do trator é de R$ 1 milhão.

Appaloosa
O Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) autorizou a Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Appaloosa (ABCC Appaloosa) a realizar o registro genealógico de equinos da raça Appaloosa em todo o Brasil, através da Portaria SDA Nº 783 publicada em 10 de abril. A medida foi respaldada pela Lei nº 4.716, de 29 de junho de 1965, e pelo Decreto nº 8.236, de 5 de maio de 2014, e entrou em vigor na data da publicação. Este é um importante passo para o reconhecimento da raça Appaloosa no país.

Ora-pro-nóbis
A ora-pro-nóbis é uma planta com um nome exótico que vem do latim e significa "rogai por nós". Antigamente, era usada como cerca-viva em igrejas e os fiéis aproveitavam os sermões para colher suas saborosas folhas. No entanto, hoje em dia, a planta é valorizada principalmente por sua riqueza nutricional, com alto teor de proteínas, minerais e vitaminas, tornando-se popular na culinária mineira e em lojas de produtos naturais em todo o Brasil.

A Pereskia aculeata é o nome científico da planta, que é membro da família das cactáceas e a única que cresce como trepadeira. Os arbustos de ora-pro-nóbis podem atingir vários metros de altura com os suportes certos e também podem ser cultivados em vasos menores. Embora as flores, brotos e frutos também possam ser consumidos, as folhas suculentas da planta, que têm cerca de 7 centímetros, são a parte mais valorizada. Como é uma cactácea, a manipulação da planta requer cuidado devido aos seus espinhos.

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