Rod Cauhi foi o único brasileiro entre os vencedores, com campanha para a marca de relógios Bulova
Morando em São Paulo há mais de uma década, Rod Cauhi começou sua caminhada artística ainda em Uberaba, tocando em uma banda no início dos anos 2000 (Foto/Divulgação)
De Uberaba para o mundo. Assim pode ser resumida a trajetória do diretor Rodolfo Cauhi, mais conhecido no meio artístico como Rod Cauhi, que acaba de conquistar um dos maiores reconhecimentos da sua carreira: o prêmio de Melhor Filme Publicitário no AI & Big Data Awards 2024, em Londres pelo filme publicitário Lunar Pilot: Dark Side of the Moon — uma das premiações mais relevantes do mundo voltadas para o uso criativo e inovador de inteligência artificial. Emocionado com a conquista, ele celebrou o feito e fez questão de lembrar suas origens: “Agradeço demais. Uberaba é onde eu nasci, minha cidade, da minha família… Estou muito feliz”.
Morando em São Paulo há mais de uma década, Rod Cauhi começou sua caminhada artística ainda em Uberaba, tocando em uma banda no início dos anos 2000. Foi da necessidade de produzir videoclipes para o grupo que surgiu o interesse pelo audiovisual. “A gente orçou um clipe na época e custava R$ 50 mil. Não tinha como. O que restou pra gente era fazer”, relembra. Ele comprou uma câmera e começou a gravar por conta própria, marcando o início de uma jornada que o levaria a estudar publicidade e, mais tarde, cinema na Academia Internacional de Cinema.
O reconhecimento em Londres veio com um comercial criado para a marca de relógios Bulova, que homenageia a missão Apollo 11 com uma versão preta do famoso cronógrafo usado na lua. O filme de 30 segundos sintetiza o impacto da missão e a humanidade dos astronautas. “A ideia foi mostrar não só que o homem pisou na lua, mas o quanto aquilo foi grande midiaticamente… Eles foram, mas não sabiam se iam voltar”, conta Rod.
Na premiação britânica, Rod Cauhi foi o único diretor brasileiro entre os vencedores. Concorria com profissionais dos Estados Unidos, França, Itália, Japão e outros países. “Ganhar deles é uma validação muito grande pro Brasil”, afirma. Para ele, a ascensão de novas ferramentas como a inteligência artificial representa uma democratização do fazer artístico. “É uma ferramenta poderosa por si só, mas imagine nas mãos de um artista. Isso iguala o jogo, deixa o mundo mais globalizado.”
Mesmo após a vitória internacional, Rod Cauhi mantém os pés no chão e faz questão de motivar jovens do interior que sonham com a arte. “Tem muita gente aí com talento oculto, que não se expôs ou não acreditou em si. Mas se você tem um sonho de fazer cinema, música, arte... A hora é agora. Acredita na gente do interior, acredita em Uberaba.”
Com a produtora Daydream Studio, Rod já emplacou outros filmes publicitários no circuito internacional, como Paint Like an Artist, vencedor em Atlanta e Moscou. Agora, ele projeta novas conquistas e aposta no poder do storytelling como linguagem universal. “A gente está vivendo um novo momento na publicidade e no cinema. Eu estou enxergando tudo com muito otimismo — não só por mim, mas por todos que estão contando histórias com verdade.”