No mês de conscientização para a doação de sangue, o lembrete é que animais também precisam de transfusão e, por isso, também são doadores
Para ser doador, o animal precisa passar por uma triagem criteriosa (Foto/ Divulgação)
A doação de sangue não é um gesto exclusivo dos humanos; cães e gatos também podem ser doadores. Em 2025, o Hospital Veterinário da Uniube (HVU) registrou um crescimento expressivo nas transfusões caninas, de 500%, indicando maior engajamento da comunidade e eficiência na triagem. A demanda geral também subiu em 10% em relação ao ano anterior. Contudo, a instituição alerta para a queda nas transfusões em felinos, devido à maior dificuldade em encontrar doadores compatíveis.
Dados do hospital mostram que, de janeiro a junho deste ano, foram feitas 30 transfusões com bolsas fornecidas internamente para cães e outras 6 com sangue de doadores externos. No mesmo período, 31,8% das transfusões utilizaram sangue doado pelos próprios tutores, percentual próximo ao do ano anterior, reforçando a importância da participação da comunidade na doação.
Segundo o médico-veterinário Cláudio Yudi, as transfusões no HVU ocorrem principalmente em situações emergenciais. “São mais comuns em casos cirúrgicos, como atropelamentos, ataques e traumas diversos. Muitas vezes, o animal chega em estado crítico, e a transfusão é necessária antes ou durante a cirurgia”, explica. Além disso, com o sangue doado, é possível tratar anemias severas e problemas de plaquetas, causados por doenças infecciosas, doenças autoimunes, perdas crônicas de sangue e alterações na medula óssea.
Atualmente, o hospital veterinário não possui banco de sangue próprio. As bolsas são adquiridas de uma empresa especializada, que garante a qualidade e a segurança do material, ou por meio de parceria com as forças de segurança de Uberaba, cujos cães atuam como doadores voluntários. Quando necessário, os tutores também são orientados a buscar doadores compatíveis.
O aumento das transfusões caninas no HVU se deve principalmente ao crescimento dos procedimentos, tanto com bolsas da empresa contratada quanto por doações dos próprios tutores, que mostram maior conscientização. As transfusões com doadores externos passaram de 1 para 6, um aumento de 500%, indicando mais engajamento e eficiência na triagem. Já as transfusões em felinos caíram de 11 para 8, pela dificuldade em encontrar gatos aptos devido aos critérios mais rigorosos.
O professor Yudi destaca que a demanda geral cresceu 10% entre os semestres de 2024 e 2025, com os principais desafios sendo a escassez de sangue felino e a dependência de fornecedor externo, o que impacta custos e logística. Para ampliar a captação, o HVU planeja realizar uma campanha específica para cães e implementar um programa estruturado de doação no novo hospital, atualmente em fase de construção.
Como doar?
Para ser doador, o animal precisa passar por uma triagem criteriosa. Para cães, os principais critérios incluem peso acima de 25 kg, idade entre 1,5 e 8 anos, comportamento dócil, saúde plena, vacinação e vermifugação em dia, sem uso de medicamentos e fêmeas fora do cio, gestação ou lactação. Já para gatos, os critérios são mais rigorosos, com peso mínimo de 4,5 kg, idade entre 1,5 e 7 anos, além de sedação necessária para a coleta pela veia jugular.
Neste contexto, o Jornal da Manhã reforça o compromisso com a causa e promove, em parceria com a Câmara Municipal de Uberaba, a campanha Sangue Bom, com o objetivo de incentivar a doação de sangue ao longo de todo o mês.