PRECONCEITO

Princesa do Carnaval alega ter sido vítima de transfobia

Juliana Corrêa
Publicado em 29/01/2024 às 20:59Atualizado em 29/01/2024 às 21:01
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A Princesa do Carnaval 2024 de Uberaba, Angélica Freitas, eleita no último sábado (27) juntamente com o Rei Momo e a Rainha do Carnaval, alega ter sofrido transfobia durante a premiação. Segundo Angélica, o suspeito seria um dos jurados, e ela já estaria tomando as providências legais cabíveis. 

A Fundação Cultural de Uberaba (FCU), em evento no sábado, elegeu, via júri, a Corte de Carnaval na Terra de Gigantes. Angélica foi eleita Princesa do Carnaval, mas afirma ter sido vítima de preconceito por ser uma mulher trans. Segundo ela, um dos jurados, quando houve a contagem dos votos, teria pedido recontagem, e mudou sua nota, rasurando a que tinha dado antes e colocando nota 1, o que seria contra as regras de votação, pois a nota mínima seria cinco. Ele ainda teria dito que ela não poderia ter sido eleita porque “é um homem”. O jurado ainda a teria abordado no evento da Concha, no dia seguinte, e afirmado: "Não me leve a mal, é que na minha época não tinha isso. E você é homem". 

A Princesa do Carnaval é a coordenadora do Coletivo Beth Pantera e conta com o apoio do movimento. Mellanye Ferreira Marques, fundadora do Coletivo, está auxiliando Angélica a formalizar a denúncia junto às autoridades e afirma: “Não estamos, em nenhum momento, nem tangenciando o fato da Angélica não ter sido (eleita) a Rainha, não é esse o nosso objetivo. A nossa denúncia se concentra na transfobia aberta, escrachada, escancarada, que a Angélica sofreu no sábado. A gente quer que as pessoas fiquem sabendo que um dos jurados afirmou e deixou os outros jurados, inclusive, descontentes e inconformados com essa informação, ele afirmou que ela não poderia ganhar o concurso porque ela é um homem”. Ambas afirmaram que iriam, nesta segunda-feira, registrar um boletim de ocorrência sobre o caso. No entanto, o Jornal da Manhã não teve acesso ao documento, até o fechamento desta edição. 

A Prefeitura Municipal de Uberaba, em nota, afirmou que “a Fundação Cultural de Uberaba seguiu os critérios previstos no regulamento, divulgado no Diário Oficial do Município, jornal Porta-Voz, edição nº 2.358, de 9 de janeiro de 2024. Os critérios de avaliação e pontuação para Rainha e Princesa do Carnaval foram beleza (de 0 a 50 pontos), desenvoltura (de 0 a 30 pontos) e simpatia (de 0 a 20 pontos). Quanto ao possível abuso por parte de um dos jurados, a FCU orienta a candidata eleita a acionar a Coordenadoria de Políticas Públicas LGBT+ para as medidas cabíveis”. 

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