IMUNIZANTE

Infectologista explica contraindicação da vacina Qdenga aos idosos

Rafaella Massa
Publicado em 25/02/2024 às 16:21
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Minas Gerais iniciou a distribuição de vacinas contra a dengue na quinta-feira (22). Inicialmente, são 22 municípios escolhidos para receberem as vacinas. No entanto, o imunizante Qdenga gera muitas dúvidas no público, sobretudo por não ser recomendada a idosos. 

Cristina Barata, infectologista, lembra que o público acima de 60 anos não está liberado para as doses, pois estas não foram testadas nesta faixa etária até então. A dúvida é similar à de ouvinte da Rádio JM, que questionou a adesão da vacina da Covid-19 ao cronograma de imunização infantil.  

“No começo da vacinação não era recomendado que crianças fossem imunizadas devido ao baixo risco, hoje fazem questão que crianças recebam a vacina. O que mudou nos últimos anos? No pico não sofriam risco e agora estão desesperados para inocular crianças?”, questiona o leitor.  

Cristina faz um paralelo entre os dois casos e explica: “Da mesma maneira que a vacina dá dengue não foi recomendada para idosos. Ela não tinha sido testada nesse grupo. Então, depois de um estudo clínico, um estudo que você faz controlado, randomizar, você provou a segurança dessa vacina para criança? Então, agora ela está sendo recomendada. Mas é a mesma coisa com a dengue, maiores de 60 não foram testados, não entraram no ensaio clínico. Então, ninguém recomenda porque não sabe se a vacina vai funcionar, se ela vai ter algum evento adverso. O Butantan agora vai testar o grupo com a vacina deles”, explica a infectologista. 

Em entrevista recente, o secretário de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), Fábio Baccheretti, afirmou que considera um desafio as correntes antivacinas que propagam que os imunizantes podem causar doenças.  

Ao JM, Cristina Barata afirma que, apesar de ter se intensificado na época da Covid-19, o ceticismo em relação a imunizantes vem de muitos anos antes. “Infelizmente, a gente viveu um período muito tumultuado quando surgiu a Covid, pela ignorância sobre o assunto. Então esse foi o grande problema. Foi a mesma coisa com o primeiro surto de H1N1 na década 60 e que as pessoas fizeram uma campanha, os americanos principalmente, porque tiveram casos individualizados de complicações e que a gente tem com toda a vacina”, esclarece. 

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