Imprevisto diminui equipe e impacta tempo de espera por atendimento no Hospital da Criança

O Hospital da Criança registrou 228 atendimentos durante o último fim de semana, entre sábado (31) e domingo (1º), número abaixo da média observada em datas anteriores. Ainda assim, usuários relataram demora no atendimento e condições precárias na estrutura da unidade. Segundo informações repassadas ao Jornal da Manhã, apenas dois médicos atuavam pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e um pela rede privada. A direção do hospital confirmou o cenário e explicou que um imprevisto na noite de domingo reduziu temporariamente o número de profissionais, o que impactou diretamente o tempo de espera. 

Entre as queixas, pacientes relataram que a demora por atendimento ultrapassava uma hora, enquanto muitas crianças apresentavam dores, febre e desconforto. “Um descaso! Teve gente esperando mais de uma hora e o atendimento não estava gerando. Pacientes sentindo dores e nada de alguém fazer algo. A moça falou que só tinha dois médicos atendendo e ainda ia trocar de plantão, o que ia demorar mais ainda”, contou uma mulher que aguardava atendimento para a filha. 

Procurado pela reportagem, o hospital informou que, entre 19h e 22h de domingo (1º), um imprevisto reduziu para um o número de médicos atuando no pronto-socorro SUS, comprometendo a agilidade dos atendimentos, sobretudo os classificados como de menor gravidade (fichas azuis). A escala prevista para o fim de semana incluía dois médicos para o SUS, um para os convênios particulares, além de um enfermeiro responsável pela triagem, outro assistencial e quatro técnicos de enfermagem por turno. 

Conforme dados enviados pela instituição, a média de atendimentos aos fins de semana, entre 3 de maio e 1º de junho, foi de 113 por dia. Já durante a semana, essa média subiu para cerca de 160 diários. No fim de semana em que ocorreram as reclamações, houve 228 atendimentos, sendo 113 no sábado (31) e 115 no domingo (1º). O número ficou abaixo do registrado no final de semana anterior, quando se apontou 133 atendimentos no sábado (24) e 137 no domingo (25), somando 270. Isso representa uma queda de aproximadamente 15,5% no total de registros entre este e o último fim de semana. 

Mesmo com a queda no número de atendimentos, a unidade informou que o crescimento de casos de síndromes respiratórias tem pressionado os atendimentos, principalmente nesta época do ano. A direção destacou que mantém um plano de contingência para reforço de equipe, especialmente às segundas, terças e quartas-feiras, quando há maior fluxo. Esse plano também poderá ser acionado aos fins de semana, conforme a demanda. 

A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) reforçou que vem atuando para combater a superlotação nas unidades hospitalares por meio da conscientização da população sobre a importância de buscar as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) em casos de menor gravidade. Segundo o Hospital da Criança, grande parte dos atendimentos no pronto-socorro é classificada como não urgente ou pouco urgente, e poderia ser resolvida nas UBSs. Vale pontuar, no entanto, que as unidades básicas ficam fechadas aos finais de semana. 

Além da demora, usuários relataram problemas estruturais, como a existência de apenas um banheiro para homens e mulheres, sem tranca nas portas, e falhas na limpeza. Segundo o Hospital, haviam duas colaboradoras no plantão e todos os protocolos de limpeza estão preenchidos. E, após vistoria, ficou constatado que os banheiros estão em perfeito funcionamento.

A administração ressaltou que, até o momento, não houve registros formais de reclamações nos canais oficiais do hospital. Para registrar queixas ou obter informações, os pais ou responsáveis podem entrar em contato pelo e-mail: [email protected]. 

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