Idoso com quadro infeccioso aciona a Justiça para plano de saúde realizar cirurgia em Uberaba

Um homem de 71 anos e seus familiares enfrentam uma verdadeira cruzada na tentativa de realizar uma cirurgia junto ao plano de saúde Hapvida. Segundo relatos dos familiares, o homem precisou de novo procedimento após uma queda com posterior rejeição da prótese, mas que o plano de saúde não autorizou o procedimento. Diante das negativas, o paciente acionou a Justiça com pedido liminar, que foi concedido para a realização da cirurgia em 48h. Contudo, findado o prazo no domingo (8), o idoso ainda permanecia internado com quadro infeccioso em hospital de Uberaba, à espera do procedimento. Questionada pelo Jornal da Manhã, a Hapvida informou que a cirurgia foi agendada para a tarde desta terça-feira (10). Os relatos do caso foram enviados ao Jornal da Manhã por meio do WhatsApp, no número 9 9777-7900, na segunda-feira (9). 

Familiares relataram que o paciente caiu e quebrou o fêmur. Foi necessária uma intervenção cirúrgica, que ele recebeu no dia 17 de novembro. No dia 25 daquele mesmo mês, o paciente teve alta e foi para Veríssimo, onde reside. Porém, o homem começou a apresentar inchaço e retornou ao hospital em Uberaba, sendo diagnosticado com um quadro de infecção e constatado que seria necessária uma nova cirurgia. 

O imbróglio começa a partir daí. Ao solicitar a segunda cirurgia, os familiares foram informados de que deveriam pagar um débito apresentado, que, segundo os reclamantes, não estava vencido. O pagamento foi feito e, mesmo após a quitação da fatura, o plano de saúde continuou não autorizando a cirurgia. Com o passar dos dias e a não liberação, os familiares acionaram a Justiça, com pedido liminar para que o idoso passasse pelo procedimento necessário. 

A Justiça atendeu ao pedido da família na noite de sexta-feira (6). Foi determinado que, em 48 horas, o plano de saúde liberasse a cirurgia, e o prazo se encerrou na noite de domingo (8). Ainda de acordo com familiares, a cirurgia foi autorizada, mas não a instrumentação necessária ao procedimento, o que inviabiliza sua realização.

Decepcionados, os familiares chamam de descaso a situação enfrentada pelo idoso. Isso porque ele foi submetido aos procedimentos pré-operatórios, como horas em jejum, por quatro vezes, à espera de uma cirurgia que seguia não autorizada pelo plano de saúde. "Pagamos plano para momentos de urgência e quando a gente mais precisa, o plano dificulta ao máximo. É impensável ter que acionar a Justiça para fazer valer o nosso direito, enquanto consumidores do plano de saúde", desabafa uma familiar. 

Ela ressalta o desespero não só do paciente como também de toda a família, diante da justa preocupação de que o quadro do idoso se agrave à espera da resposta positiva do plano de saúde. "Ele tem uma condição, vários problemas cardíacos. Vão esperar o quadro piorar ou ele morrer para tomar uma providência?", questiona. Os familiares ainda ponderam que, além do agravamento do quadro, a demora da autorização poderia gerar, inclusive, a perda da prótese, caso não fosse realizado o procedimento em tempo hábil.

Outro ponto de reclamação dos familiares é a falta de transparência e clareza da empresa administradora do plano de saúde, uma vez que não ficou compreendido o motivo para não autorizar a cirurgia, mesmo com laudos médicos reiterando a necessidade e urgência do caso.  

A reportagem do Jornal da Manhã acionou a assessoria de imprensa da Hapvida. Em nota, "a operadora informa que a cirurgia do paciente está agendada para esta terça-feira, 10 de dezembro, às 17h, e reforça que, em nenhum momento, houve negativa para a realização do procedimento.

O agendamento foi realizado dentro dos prazos estabelecidos, em total conformidade com as normas e diretrizes da ANS. Durante todo o período de internação, o paciente recebeu acompanhamento contínuo da equipe médica, que assegurou todos os cuidados necessários à sua condição de saúde.

A empresa mantém o compromisso de cuidar de cada paciente com responsabilidade e atenção, oferecendo um atendimento seguro e individualizado".