CIDADE

Exonerados confirmam maus-tratos no Caresami e se dizem perseguidos

Agentes exonerados do Caresami confirmaram que menores internos sofriam agressões e passavam por constrangimentos

Mariela Guimarães/O Tempo
Publicado em 14/05/2011 às 00:35Atualizado em 20/12/2022 às 00:18
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Agentes exonerados do Caresami (Centro de Atendimento e Reeducação Social do Adolescente e Menor Infrator) confirmaram que menores internos sofriam agressões e passavam por constrangimentos dentro da unidade. No entanto, Sérgio Henrique da Silva e outros dois agentes que conversaram com a reportagem do Jornal da Manhã, mas não quiseram se identificar por orientação dos advogados, negaram ter participado dos procedimentos. O quarto educador demitido preferiu não se pronunciar sobre o caso.

De acordo com Sérgio, ele era perseguido há mais de um ano dentro da unidade. “Vários fatos aconteceram quando eu estava de folga de cinco dias. No dia que eu voltei, fui para uma sala de reunião, onde fizeram questionamentos absurdos: se eu já tinha cantado adolescente, mostrado parte de roupa íntima. Jamais faria uma coisa desta!”, indignou-se.

Sérgio lamenta o fato de ter que ouvir piadas sobre a situação quando vai às ruas. “Pensaram que tínhamos sido exonerados por procedimentos errados, como assistir televisão. Agora que repercutiu o assunto na cidade, acham que temos ligação com isso. Quando chegamos aos lugares, a gente vira motivo de chacota. Mas nós nunca fizemos nada com ninguém, nunca bati em ninguém”, desabafa.

Outro educador que preferiu não se identificar concordou com Sérgio. “Não tiro uma vírgula do que o Sérgio falou”, cravou. “A tortura existe e os procedimentos são praticados com repressão. Eu já presenciei pessoas agredindo adolescentes e a gente não pode fazer nada. Se você for rígido, você paga, se não for, você paga também”, disparou.

Um terceiro educador, que também preferiu se preservar, garante que ele mesmo chegou a fazer denúncias dentro da unidade. “Os agentes entravam com gás de pimenta para jogar nos olhos dos adolescentes. Certa vez houve o tumulto das grades, fiz a denúncia e ninguém foi exonerado, abafaram o caso. Se eles fossem exonerados, o diretor cairia também, pois sabia o que estava acontecendo”, revelou. O quarto educador, que também preferiu se resguardar, afirmou que não vai se pronunciar por enquanto, por orientação do advogado.

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