AMBULATÓRIO

Dia Mundial de Combate à Doença de Chagas é lembrado pelo HC-UFTM

Marconi Lima
Publicado em 14/04/2025 às 19:38
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Dia Mundial de Combate à Doença de Chagas, 14 de abril, foi lembrado pelo Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (HC-UFTM), que desde o ano 2000 possui um Ambulatório de Doença de Chagas. No local é realizado acolhimento dos pacientes portadores da doença.

A maioria dos pacientes em acompanhamento adquiriu a doença na infância ou ainda na juventude, quando a região de Uberaba era uma área endêmica com elevada transmissão da doença. O ambulatório funciona uma vez por semana, às quartas-feiras, no período da tarde. Participam do atendimento os residentes de clínica médica, cardiologia, infectologia e acadêmicos de medicina, coordenados pelo médico cardiologista e preceptor da disciplina de Cardiologia, Rodrigo Cunha.

O Ambulatório foi criado pelo pesquisador e professor Dalmo Correia Filho, em abril do ano 2000. “Na época, ele era o docente responsável pela disciplina de Doenças Infecciosas e Parasitárias, sendo até hoje grande pesquisador da Doença de Chagas com inúmeras publicações relevantes na área. Quando inaugurou o ambulatório, ele fazia os atendimentos e eu fui o primeiro a acompanhá-lo, quando era acadêmico de Medicina. O ambulatório tinha finalidade de dar assistência aos pacientes portadores de Doença de Chagas, assim como realizar o diagnóstico, acompanhar e tratar esses pacientes e realizar pesquisas, algumas delas, com publicações importantes, como o Benefit Trial, publicado na “New England Journal of Medicine”, contou o infectologista do HC-UFTM e professor de Doenças Infecciosas e Parasitárias da UFTM, Rodrigo Molina.

“Antes dos estudos de combate aos vetores, aqui era uma área endêmica, com alta transmissão. Os pacientes que hoje temos com Doença de Chagas são pacientes daquela época. Hoje, já não temos, na região, a forma vetorial, transmitida pelo barbeiro, que foi controlada. Também existe a transmissão da mãe para o filho durante a gestação. Ainda temos pacientes que eram crianças, que tiveram essa forma de transmissão e são acompanhados até hoje no ambulatório”, explicou Molina.

A doença de Chagas é a infecção causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi. Apresenta uma fase aguda (Doença de Chagas Aguda – DCA), que pode ser sintomática ou não, e uma fase crônica.

“A doença crônica pode se manifestar de várias formas, podendo acometer o coração, os órgãos do tubo digestório (esôfago, estômago, intestino), ou até mesmo uma forma mista (o coração e alguma área do tubo digestório). Também tem uma forma da Doença de Chagas em que o paciente não tem nenhum sintoma, ele tem o protozoário presente, mas não tem sintoma ou lesão em nenhum órgão. É o que nós chamamos de forma indeterminada”, apontou o infectologista.

O especialista alerta que os pacientes com sintomas podem sentir “batedeira no peito”, na forma cardíaca arritmogênica. Na forma congestiva (dilatação do coração), o paciente geralmente apresenta falta de ar e cansaço, o que limita a execução das atividades. Quando acomete o tubo digestório, provoca dilatação dos órgãos (megaesôfago ou megacólon). O paciente vai apresentar sintomas daquele órgão que está acometido. Se for no esôfago, com dificuldade para engolir, sensação de empachamento. Se for do intestino, vai ter quadro de dificuldade de evacuação, intestino muito preso, sendo necessário fazer lavagens, por exemplo.

O tratamento da doença de Chagas é definido pelo Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas da Doença de Chagas. O remédio, chamado benznidazol, é fornecido gratuitamente pelo Ministério da Saúde, mediante solicitação das Secretarias Estaduais de Saúde, e deve ser utilizado em pessoas que tenham a doença aguda assim que ela for diagnosticada, segundo o Ministério da Saúde. 

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