Faixas, cartazes e música tomaram conta do centro e abriram as comemorações do Dia Nacional da Luta Antimanicomial
Faixas, cartazes e música tomaram conta do centro da cidade, próximo ao Mercado Municipal, ontem, quando instituições voltadas ao debate sobre a inclusão da loucura, que acontece há mais de 20 anos no país, abriram as comemorações do Dia Nacional da Luta Antimanicomial. Cerca de 350 pessoas, entre estudantes, comunidade e entidades, compareceram ao evento. A semana de luta continua com feijoada no próximo dia 20 e série de palestras educativas na celebração dos 20 anos do Caps Maria Boneca e Fundação Gregorio F. Baremblitt.
A concentração foi em frente do Mercado Municipal, com apresentações artísticas e participação especial da banda dos acadêmicos de Medicina da UFTM. “Esta é uma luta para a inclusão dessas pessoas que são portadoras de algum distúrbio psiquiátrico. Chegamos a diminuir 20 mil leitos em hospitais-manicômios, mas, apesar de a Reforma Psiquiátrica ser uma transformação institucional, ainda há muito o que se fazer para acabar com o antigo modelo. Se não houver movimentos sociais permanentes, recuaremos no processo de humanização psiquiátrica”, ressalta a psicóloga e presidente da Fundação, Maria de Fátima Oliveira. A intenção é transformar este movimento, de mais de 15 anos, em ato com a participação contínua da comunidade, universidades, Caps e entidades.
No dia 20, às 20h30, acontece a feijoada na sede do Centro de Atenção Psicossocial, Caps Maria Boneca (Fundação Gregorio F. Baremblitt), na rua Capitão Domingos, nº 418, cujo evento faz parte do Programa de Economia Solidária. Para participar, pede-se uma contribuição de R$15, e os convites podem ser adquiridos no Caps Maria Boneca ou pelos telefones 9143-1403 (Lourdes) e pelo 8818-0990 (Gilda Crosara).
Em Uberaba, a programação da Luta Antimanicomial será estendida até agosto com a Semana do Psicólogo e solenidade em comemoração aos 20 anos do Caps Maria Boneca e Fundação Gregorio F. Baremblitt. O movimento luta desde 2001 pelo cumprimento da Lei 10.216, que transforma em norma urgente a Reforma Psiquiátrica, ou seja, a implantação de redes de serviços que substituam os antigos manicômios.