CRIMES RURAIS

Defensivos agrícolas se tornam foco de criminosos após inibição de furtos de gado, diz delegado

Rafaella Massa
Publicado em 26/03/2024 às 11:31Atualizado em 26/03/2024 às 11:57
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Delegado Tiago Cruz, da Polícia Civil (Foto/Jairo Chagas)

Delegado Tiago Cruz, da Polícia Civil (Foto/Jairo Chagas)

A Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Rurais apura uma redução de 21% nos crimes de furto e roubo de gado desde a criação do departamento. O delegado responsável, Tiago Cruz, aponta que atualmente os autores de crimes têm focado no roubo de defensivos agrícolas.  

Em entrevista ao programa JM News 1ª Edição, da Rádio JM, o delegado alega que a Operação Brahman, desenvolvida entre 2022 e 2023, também auxiliou na redução dessa modalidade de crime. 

É válido citar que, durante a operação, foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão, cerca de cinco toneladas de alimentos impróprios ao consumo, 14 estabelecimentos fiscalizados, cinco cabeças de gado recuperadas, uma arma de fogo, 20 munições, 14 empresários indiciados, dois veterinários indiciados por corrupção ativa e falsidade ideológica, 11 celulares e diversos documentos apreendidos. Além disso, foram feitas 11 prisões em flagrante e 26 indiciamentos. 

O delegado também informa que houve um reflexo positivo vindo da aprovação da população que se sentiu mais segura no consumo de alimentos em Uberaba. “A população gostou da nossa atuação porque os açougues ficaram mais atentos no tipo de carne, no tipo de manuseio. Os estabelecimentos ficaram mais limpos e nós tivemos, junto com a Vigilância Sanitária e o Ministério Público, também fiscalizações em que encontramos vários açougues em situações deploráveis, onde tinha até rato no meio das carnes”, relata. 

Tiago ainda esclarece que o que está mais afligindo a gente agora é o roubo e furto de defensivos agrícolas. “A modalidade criminosa na região tem tido a maior incidência e nós estamos mais atuantes nesse tipo de crime. A logística [do crime] é muito mais fácil. O gado demanda um caminhão, uma carreta. Às vezes, numa caminhonete, você leva uma grande quantidade de dinheiro porque o defensivo é caro e um frasco pequeno chega a valer R$ 10 mil. Os criminosos já têm conhecimento disso e, em alguns casos, eles até já sabem qual tipo de veneno, qual tipo de defensivo estão procurando”, esclarece. 

Provando que os criminosos efetuam os roubos cientes do lucro, o delegado cita um caso ocorrido em Campo Florido, no mês de janeiro, em que os criminosos teriam deixado uma grande quantidade de defensivos que para eles não era interessante. “Para eles não tinha valor agregado”, reforça.

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