Com terminal rodoviário fechado, comerciantes amargam prejuízos

Foto/Jairo Chagas

Fechados desde 21 de março, estabelecimentos comerciais do terminal rodoviário enfrentam dificuldades para se manter

Com terminal rodoviário fechado para conter a disseminação do novo coronavírus (Covid-19), comerciantes do local amargam prejuízos. Ao mesmo tempo, posto Antares/Graal presta o serviço de embarque e desembarque de passageiros de forma clandestina, o que causa revolta e indignação.

Em torno de catorze comerciantes da rodoviária estão sem trabalhar desde 21 de março, quando entrou em vigência o primeiro decreto municipal. Uma comerciante, que prefere não se identificar, diz que muitos dependem exclusivamente da renda do estabelecimento instalado na rodoviária e, com o fechamento, passam por grande dificuldade. Segundo informa, a concessionária Ubercon, mesmo com a rodoviária fechada, continua cobrando aluguel e taxas de condomínio.

Outro comerciante, que terá o nome preservado, afirma que os administradores da rodoviária não deram nenhum suporte e sequer existe plano de reabertura. “Estamos à mercê da concessionaria, do município e das autoridades competentes”, diz.

Ao mesmo tempo, o posto Graal absorve a demanda da rodoviária, clandestinamente, embarcando e desembargando passageiros de ônibus interestaduais e intermunicipais.

Para um comerciante, a medida é incoerente. “Enquanto nós paramos, lá está funcionando normalmente”, lamenta. Outra comerciante diz que o local sempre prestou o serviço paralelo ao da rodoviária, mas se intensificou com a pandemia. “E não temos apoio de nenhum órgão para verificar e conter isto. A Prefeitura sequer nos recebe. Isso é injusto, porque pagamos aluguel alto”, diz.

Concessionária diz já ter elaborado plano de reabertura com segurança

A Ubercon, concessionária do terminal rodoviário, se diz atenta à situação dos comerciantes e preocupada quanto ao serviço clandestino prestado no posto Antares/Graal. Além disso, um plano de reabertura foi elaborado e será implementado com a retomada das atividades, que depende da liberação pelas autoridades públicas.

Em relação aos comerciantes, o advogado da Ubercon, Cleucio Pereira, explica que houve a prorrogação dos vencimentos das obrigações, que poderão ser cumpridas com a retomada das atividades. Ele reconhece que o fechamento prejudica a todos, e não só os comerciantes. “A concessionária também amarga prejuízo e teve que demitir vários funcionários”, diz.

O advogado destaca que a Ubercon tem dupla responsabilidade junto à administração municipal, por força do contrato de concessão. Neste sentido, há grande expectativa para que seja autorizada a reabertura do terminal rodoviário. O plano de retomada está pronto, seguindo todo protocolo sanitário, que prevê controle de entrada, com aferição de temperatura, distanciamento entre bancos, entre outras ações.

Cleucio Pereira diz que somente no município, entre outros da região, foi determinado o fechamento total do terminal rodoviário, que exerce atividade essencial. A situação faz com que ocorram o embarque e desembarque de passageiros de forma clandestina no posto Antares/Graal, colocando em risco os usuários e prejudicando diretamente a concessionária, que presta o serviço no município. “Este é um problema muito sério. Nossa posição não é de confronto, e sim de diálogo”, diz.

Inclusive, a Ubercon levou o problema ao conhecimento da Prefeitura de Uberaba, em busca de solução. “A reabertura vai coibir a clandestinidade, pois o funcionamento da rodoviária obedece rigorosamente ao contrato de concessão. E temos regimento eficiente, que é cumprido à risca, e, desta forma, o município terá mais controle de fiscalização”, informa.

Em relação à atividade clandestina de embarque e desembarque, a assessoria de comunicação da Prefeitura de Uberaba informa que a Secretaria de Defesa Social orientou sobre os termos do decreto aos responsáveis do posto Antares/Graal.