PREOCUPANTE

Cerca de 60% dos abusos sexuais contra menores em Uberaba são praticados por familiares

O conselheiro tutelar José do Carmo de Oliveira afirma que os casos chegam ao Conselho de diversas formas, mas a principal delas é a escola

Daniela Miranda
Publicado em 26/07/2023 às 12:38Atualizado em 26/07/2023 às 15:56
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Dados dos casos de violência sexual contra crianças e adolescentes em Uberaba revelam uma situação preocupante. Ao longo do último ano, 616 ocorrências foram atendidas pelos Conselhos Tutelares e, deste total, cerca de 60% foi praticado por pessoas da família ou por membros do círculo de relações sociais da vítima. As informações são do conselheiro José do Carmo, em entrevista à Rádio JM, no JM News 1ª Edição. 

Segundo os números coletados do Sistema de Informação para a Infância e Adolescência (SIPIA), Uberaba registrou 616 ocorrências de violência sexual de julho de 2022 a julho de 2023. Destas, 144 foram de abuso sexual por membros do círculo de relações sociais, 205 de abuso sexual por familiares com conjunção carnal, 51 de assédio sexual e 161 de estupro de vulnerável. Outros 55 casos foram de abuso sexual por cuidadores ou detentores de custódia legal, abuso verbal e telefonemas obscenos, aliciamento sexual, corrupção para abuso, exibicionismo e estupro. 

O conselheiro tutelar José do Carmo de Oliveira afirma que os casos chegam ao Conselho de diversas formas, mas a principal delas é a escola. "As situações chegam em forma de denúncia, mas boa parte delas vêm do contexto escolar. O nosso grande parceiro é a escola, pois os profissionais que trabalham nela percebem quando algo está errado com a criança ou adolescente, já que convivem e conhecem o comportamento dos alunos. Outros casos chegam por meio dos hospitais e da polícia", explica. 

Após o registro de violência sexual contra criança ou adolescente, o Conselho Tutelar segue um procedimento para o atendimento dos casos. Atualmente, o registro é dividido em até 72 horas e após 72 horas. No entanto, está em transição para que o atendimento seja feito em até 10 dias e após os 10 dias. “Quando mudar o fluxo, durante os primeiros 10 dias, o encaminhamento é para o hospital de clínicas, onde a criança ou adolescente será acolhido por profissionais e receberá medicação contra doenças sexualmente transmissíveis ou cuidados em relação à gravidez. Eles serão assistidos por psicólogos e assistentes sociais. Após os 10 dias, o caso será encaminhado para o CRAS do bairro Abadia, onde seguirá um outro procedimento", esclarece José do Carmo. 

O conselheiro reforça que em todos os casos de violência sexual, a Polícia Militar, o Ministério Público, a Vara da Infância e Juventude e o CREAS são acionados e informados para que as devidas providências legais sejam tomadas. 

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