Esta é a primeira vez que o modo de fazer um alimento brasileiro recebe o título de Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade (Foto/Reprodução)
A Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) comemorou a classificação dos Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), anunciada em Assunção, no Paraguai.
É a primeira vez que o produto alimentar é incluído na Lista Representativa do Patrimônio Cultural Imaterial da Unesco, o que revela a importância significativa do Queijo Minas Artesanal (QMA).
Esta é a primeira vez que os modos de fazer um alimento brasileiro recebem o título de Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade. A produção do Queijo Minas Artesanal abrange 106 municípios do estado de Minas Gerais. O alimento é feito há três séculos, desde o período colonial, a partir do leite cru.
Desde 2008, os Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal são reconhecidos como Patrimônio Cultural do Brasil pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), autarquia vinculada ao Ministério da Cultura.
O pedido de reconhecimento foi feito pelo Iphan à Unesco em março de 2023. A demanda foi aprovada durante a 19ª Sessão do Comitê Para a Salvaguarda do Patrimônio Imaterial da Unesco, realizada em Assunção, capital do Paraguai.
“Além de ser uma conquista muito importante para Minas Gerais e todo o Brasil, é também um reconhecimento da qualidade exemplar do trabalho realizado diariamente pelos cerca de nove mil produtores de Queijo Minas Artesanal – e, claro, demonstra o potencial da pecuária zebuína, que faz parte dessa história”, aponta o gerente de Melhoramento Genético do Leite da ABCZ, Rafael Vizoná.
Durante a apresentação da novidade, o governo de Minas Gerais destacou que a classificação dos modos de fazer o QMA é o resultado de um processo iniciado em setembro de 2022 – foi nesse mês que a candidatura foi lançada, no decorrer do 4º Festival do Queijo Artesanal Mineiro.
De acordo com dados oficiais do governo, a produção de QMA atinge cerca de 40 mil toneladas por ano, empregando 50 mil pessoas direta e indiretamente. A renda gerada pela fabricação e comercialização desses produtos supera a marca de R$2 bilhões por ano.
Em nota, a ministra da Cultura, Margareth Menezes, afirmou que o reconhecimento é “uma maneira muito especial de preservar a nossa memória, a sabedoria do nosso povo”.