Estamos vivendo os últimos momentos da campanha para eleição do presidente da República
Estamos vivendo os últimos momentos da campanha para eleição do presidente da República Federativa do Brasil para os próximos quatro anos. Brilha a estrela do Presidente Lula, que, após oito anos no poder, poderá eleger o seu sucessor. Contam, ainda, a favor da candidata do Presidente Lula, os erros que a oposição cometeu no processo.
Este é um momento interessante para nos lembrarmos do embate Collor X Lula. A condição de Collor, quando candidato à Presidência, não era das melhores. Eis que, num debate pela TV, ele saca da manga uma acusação que Lula não conseguiu rebater: a de que este teria sugerido aborto à sua companheira, conforme depoimento dela. O fato não foi político, mas foi bem aproveitado politicamente, ajudando Collor a vencer a eleição.
Já o último escândalo no Planalto, que acabou gerando o pedido de demissão da ministra Erenice Guerra, uma das principais peças de esquema de tráfico de influência, não foi suficiente para mudar o quadro eleitoral. Os palacianos conseguiram abafar a crise, evitando que a campanha da candidata Dilma Rousseff (PT) fosse atingida. E José Serra (PSDB) não conseguiu aproveitar a oportunidade de mudar as pesquisas eleitorais.
A oposição conseguirá, agora, apresentar algum fato capaz de virar o jogo? Se o candidato Serra se tornar presidente do Brasil, seu mais árduo trabalho será, sem dúvida, desmontar a forte máquina petista instalada no poder.
Ganhando Dilma, ou ela preparará o terreno para a volta de seu padrinho Lula, ou poderá lembrar-se do tempo de luta na clandestinidade e resolver agir com revanchismo.
Dentre os presidenciáveis há ainda a boa candidata Marina Silva (PV), menos privilegiada nas pesquisas eleitorais, muito embora possa ser a causadora de um segundo turno. Em poucos dias conheceremos o novo ocupante da cadeira presidencial. E qualquer que seja o resultado das urnas, vamos esperar que o bom Deus seja bem brasileiro.
(*) membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro