Nesta semana tomei uma resolução definitiva. Espero não voltar atrás
Nesta semana tomei uma resolução definitiva. Espero não voltar atrás. Cortei de minhas leituras o noticiário político. Descobri que há coisa muito melhor para ser lida. Gosto de ler coisas relacionadas à saúde e à Teologia contemporânea. Lendo-as, sempre se aprende, se enriquece. São áreas de estudo. Mas é de outra coisa que gostaria de comentar. É daquele tipo de leitura que descansa, que transmite bom humor, que nos mostra o lado da vida que diverte. Quando criança, era leitor do Tico-Tico, do Tocha Humana, do Fantasma, do Mickey Mouse, do Brucutu, do Faz Gordon e muitos outros. Faziam minha alegria.
Acontece que o tempo passa. Vivemos outra realidade. Você já ouviu falar num ilustríssimo senhor chamado Francisco Everardo de Oliveira? É quase certo que não. É prova de que você não liga para sua “pátria amada, idolatrada, salve, salve”. Estou me referindo ao Tiririca, conhecido por seus valiosos conhecimentos gramaticais. A notícia foi publicada nos jornais. Nosso deputado de picadeiro declarou que tem planos para participar da Comissão de Educação e Cultura da Câmara. Se as coisas continuarem nesse pé, o que é bem provável, não é de assustar que mais dois serão também convocados para o desenvolvimento da cultura nacional, o Romário (gênio nos pés) e o Popó (gênio nos murros). Creio que esses três e mais uns trezentos que transitam por lá ganhando quase cem mil reais cada um sem fazer nada, prestarão um serviço importante ao desenvolvimento cultural da Nação. Há mais de uma dúzia de áreas que aguardam reformas em profundidade, educação, saúde, moradia, segurança, desmatamento, transporte, salário, previdência social e muitas outras. Você, que não é nenhum boboca, acredita que essas reformas serão feitas? Até agora estão em briga de faca e foice pelos cargos rendosos do terceiro escalão. Não, não dá mesmo para perder tempo lendo toda essa sandice estampada nos jornais, mas é o que está acontecendo.
É por isso e por coisas piores que não leio mais o noticiário político. Há personagens na mídia que instruem muito mais e tornam nossa vida mais alegre e divertida. Estou me referindo ao Garfield, ao Tom e Jerry, ao Haggar, ao Woody Pecker, ao Fred. Você lê uma tirinha daquelas e sente-se feliz. Esquece as mágoas e descobre que no mundo há coisas muito mais agradáveis do que a cara do Sarney, do Collor, Palocci e outros.
Foi em 1945 que votei pela primeira vez. Estava entusiasmado. Perdi. Fui obrigado a conviver com a “cultura” do Marechal Dutra por quatro anos. Não deixei de votar nenhuma vez, só perdendo. Era um “dever cívico” que me botaram na cabeça e vim cumprindo religiosamente. Agora, depois do oitenta anos, descobri o caminh não há caminho... Apenas rastros de mentiras, falsos sinais de promessas jamais cumpridas, de decepções e desesperanças. Ensinaram-me que Política é a mais importante de todas as artes, a Arte do Bem Comum. Foi quando alguém do alto escalão declarou que esse negócio de “bem do povo” é apenas um detalhe.
Para terminar, estou feliz. Comprei os três volumes das “Aventuras de Asteriz e Obelix”. Vale a pena ler as aventuras daqueles heróis gauleses. Espancam os romanos, amam sua aldeia, são “grossos”, mas são honestos e alimentam nossa vida de alegria.