No Aurélio, encontramos, no verbete humor
No Aurélio, encontramos, no verbete humor, entre outras, a seguinte acepçã disposição de espírito. Bom humor, pois, seria boa disposição de espírito, da mesma forma como mau humor seria má disposição de espírito.
Há pessoas que sempre nos parecem de bem com a vida: sorridentes, ainda que as saibamos com problemas; mas sorridentes e confiantes de que, a qualquer momento, a situação possa mudar. Por outro lado, há o invers por melhor que estejam, existem as que sempre reclamam, queixando-se da vida – ruim porque faz calor ou ruim por causa do frio; contrariadas com o emprego a custo conseguido ou contrariadas pelo temor de não conseguir emprego, e assim por diante: são pessoas em cujo semblante o mau humor impera, contagiando qualquer um que esteja ao seu lado, porque é como praga: contamina.
Certa vez, encarregada de participar de um curso sobre atualização pedagógica, promovido pelo Colégio N. S. das Graças, abordando o tema Comunicação em Sala de Aula, resolvi centrar meu trabalho em pesquisa individual com os alunos de 7º ano a 3ª série do Ensino Médio, sobre a qualidade que eles mais apreciavam em um professor e o defeito que mais os contrariava. Foi pedido a eles que não considerassem apenas os professores das séries em curso, mas que pensassem nos mestres de toda a vida escolar, inclusive de outras instituições de ensino que tivessem frequentado antes. Ainda: que não declinassem os próprios nomes, nem de qualquer professor.
Concluída a apuração da pesquisa, elaborou-se a síntese das dez qualidades mais apreciadas e dos dez defeitos mais criticados, sob a ótica dos alunos.
O resultado, para todos nós, surpreendeu: a qualidade com maior pontuação foi o bom humor, ao lado do respeito pelo aluno. O maior defeito, coincidentemente, foi o mau humor (ao lado de outros congêneres: autoritarismo, nervosismo, agressividade).
Os alunos, evidentemente, não deixaram de falar em paciência, competência, clareza, motivação etc., como qualidades importantes; e comentaram, também, sobre outros defeitos, além do mau humor. Ficou evidente, no entanto, que o professor bem-humorado, alegre, descontraído promove a alegria e a descontração nos alunos, facilitando-lhes a aprendizagens; em contrapartida, o professor mal-humorado transmite o “azedume” à classe, dificultando, pelo bloqueio que promove, a dificuldade na apreensão dos conteúdos.
Se transpusermos essa experiência para outras situações que envolvem relações humanas, será fácil depreender que o bom humor facilita o convívio entre marido e mulher, pais e filhos, empregados e patrões, amigos entre si e muito mais: todos sabemos o bem que faz a presença de um semblante alegre, de um sorriso descontraído, de uma palavra de ânimo e entusiasmo.
Por tudo isso, vale a pena cultivar o bom humor: além do bem pessoal, é importante promover o bem de quem convive conosco.
(*) Educadora do Colégio Nossa Senhora das Graças e membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro