Boca fechada

O fato de estadistas dizerem bobagens não é novidade. Um fato recente nos remeteu à sabedoria popular, que assegura: “em boca fechada, não entra mosquito” – ou seja, em certas ocasiões, é mais prudente manter o silêncio. 

Uma pesquisa constatou que 61% dos brasileiros acham que o presidente Bolsonaro está se saindo melhor do que o esperado. E 45% avaliam seu governo como ótimo ou bom e aprovam suas ações no combate à corrupção. Mas a maioria discorda de certas frases ditas pelo presidente.

Uma conversa que aconteceu depois dos incêndios na Amazônia pode ter gerado uma crise diplomática entre Brasil e França, já que o tom do diálogo entre o presidente Bolsonaro e o francês Emmanuel Macron não foi muito civilizado. E ainda nessa “troca de gentilezas”, Bolsonaro criticou a esposa de Macron, piorando a situação. Após o episódio, Bolsonaro, em reunião com os nove governadores de estados da região denominada Amazônia Legal, teve que rever sua posição de não aceitar doações oferecidas por alguns países.

Com o desenrolar dos fatos, as redes sociais têm mostrado que sabemos quase nada sobre a causa do interesse de outros países e ONGs naquela região. Macron inclusive já levantou a necessidade de internacionalizar a Amazônia, relativizando a soberania do Brasil. (Como assim?!) Bolsonaro conhece as entrelinhas da história que não nos foi revelada e talvez por isso tenha dito, sobre a ajuda de países europeus, que usassem a verba para reflorestar seus países. Disse ainda, sobre a Amazônia, que essa bandeira não é de Macron, mas do Brasil.

Embora todos os anos se registrem queimadas na Amazônia e em todo o Brasil e este nem tenha sido o pior incêndio dos últimos tempos, para a imprensa, a culpa dos incêndios é de Bolsonaro. Pelo menos, providências ele já tomou: o Exército Brasileiro, o Corpo de Bombeiros e voluntários estão apagando o fogo nas matas. Uma vez resolvido esse problema, restará apagar o incêndio provocado por palavras incendiárias.

Quanto à crise diplomática entre Brasil e França, pode ser que os presidentes brigões cheguem a um acordo. As ações de Bolsonaro, em geral, têm sido muito boas; mas, quanto às palavras que saem de sua boca, o melhor seria dar um freio a elas, afinal, Bolsonaro tem muito chão pela frente e esperamos que exerça o cargo com a diplomacia que lhe é pertinente.