A natureza altera gradativamente seu aspecto e assume acentuações diversas, nas diversas transformações que sofrem seus elementos.
A natureza altera gradativamente seu aspecto e assume acentuações diversas, nas diversas transformações que sofrem seus elementos.
O dia palmilha vagarosamente as sendas do tempo, para galgar as grimpas do ocaso.
O firmamento enegrece e os nimbos transmudam as gotas orvalhadas do cair da tarde.
Vênus, companheira inseparável do imenso farol diurno, seguindo pari passu suas pegadas, lança, sobre o cimo verdejante das matas, o esplendor cintilante de sua lucidez, sinal simbólico de sua despedida, adeus saudoso do dia que fenece.
Ao longe um som compassado se ouve.
É o sino da ermida que bate.
É o momento do "Ângelus" que ele anuncia.
São seis horas!
Ave-Maria!
A prece costumeira se desprende naturalmente de nossos lábios e se eleva aos céus para ecoar ante o trono de Deus e louvar Maria.
Reboando nos páramos celestiais, as orações do cristão, neste majestoso momento, depositam aos pés da Virgem as primícias de nossa afeição, néctar do cálice de nossos corações.
O nosso afeto se mistura da suavidade do amor para cantar eternas glórias a Maria.
Nossa gratidão filial se irmana à harmonia dos anjos, para bendizer o nome de Maria.
A hora é de meditação. O momento requer uns minutos de pensamento profundo sobre o mistério insondável das prerrogativas de Maria.
Volte-se o cristão a si mesmo e considere o cumprimento de seu dever para com a Mãe do Eterno.
Recorde-se ele, por alguns segundos, de que é Ela a Corredentora do gênero humano, a Advogada de nossas fraquezas, diante do julgamento honesto e divino de Deus.
Esquecer-se-há, então, o homem de seu voluntário esquecimento da consideração das coisas divinas.
Voltar-se-á, quanto antes, para as alturas, e deixará balbuciar os seus lábios a confortadora oração da Ave-Maria. (...)
Fortifiquemos a nossa fé, creiamos na força de nossa esperança e esperemos pela força divina de Deus por Maria.
Ó Maria, Mãe de Deus e nossa, guiai, com a estrela poderosa de vossa bondade, o barco frágil de nossa existência, neste oceano tempestuoso da vida, para que não soçobremos no abismo do erro, mas mereçamos unir ao eterno louvor dos anjos o louvor eterno da Ave-Maria.
NOTA: Com esta crônica de Murilo Pacheco de Menezes, homenageamos Nossa Senhora da Medalha Milagrosa, cuja festa foi ontem (27 de novembro) comemorada, em demonstração emocionante do amor de tantas e tantas criaturas à Mãe de Deus e nossa.
(*) educadora do Colégio Nossa Senhora das Graças e membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro
thuebmenezes@hotmail.com