ARTICULISTAS

As raízes da violência e suas evoluções

Não tenho neste escrito a pretensão de provar discussões a respeito das causas da violência e por consequência a da criminalidade

Diógenes Pereira da Silva
Publicado em 02/06/2010 às 20:36Atualizado em 20/12/2022 às 06:14
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Não tenho neste escrito a pretensão de provar discussões a respeito das causas da violência e por consequência a da criminalidade que aflige nossa sociedade, tão pouco o de apontar a fórmula mágica para acabar de vez com as causas sociais que provocam a violência, até mesmo pela impossibilidade de execução. Portanto, o motivo é simples: o tema violência urbana tem provocado discussões inacabáveis, e até certo ponto isso é bom. Mas, no entanto, com postulados ideológicos pessoais que nada acrescentam para as expectativas e ações em prol da Segurança Pública brasileira, enfraquece o ajuizamento da sociedade, que pode ser levada a crer em algo irreal pelas narrativas e ingerências arquitetadas através de comentos totalmente fora da realidade.

A violência, suas raízes estão alicerçadas na constituição do homem (sem homem – sem violência), sendo o seu nascedouro desde os primórdios. A violência é acompanhada pela evolução dos tempos. Ao acossarmos esse raciocínio, precisamos considerá-la na gênese do progresso do homem acompanhada até a contemporaneidade. Nesse contexto, vivemos hoje momentos críticos da nossa realidade com a deflagração das monstruosidades, irregularidades, onde impera um conjunto de problemas que passam pelo desemprego, decadência do sistema educacional, saúde e moradia, corrupção generalizada, descrédito nas ideologias, desrespeito ao meio ambiente, crime organizado e tráfico de drogas, isto apenas para citar alguns.

Ocorre que a violência não está restrita à construção desses cenários acima especificados, mas em vários outros ambientes e conjuntos de mudanças sucessivas que fazem surgir algo que de início era apenas potencial, mas que evoluiu. Quem não pensa da mesma forma, só conhece a violência atual, e ignora os estudos, suas ascendências e principalmente suas causas. Dessa forma, já se equivoca desde as ordenações primeiras, pois a violência comboia a conduta do ser humano, faz parte da natureza do homem, independente deste encontrar-se em ambientes diversos. Os seres humanos cometem atos violentos (criminosos) levados pela influência do meio em que vivem. Por exemplo, a “condição social" abarca uma gama de características, com classe econômica - renda escassa ou nula (oportunidade de trabalho); desigualdade social - distribuição de rendas, constituição de caráter - estrutura familiar na qual foi criado e na qual vive atualmente (educação – escola, etc.). Muitos fazem ideia no mascaramento de quem nada sabe sobre o assunto e considera a violência uma característica contemporânea!

 

No entanto, ela é emanada da evolução dos tempos, teve sim suas acrescidas sustentadas pelo surgimento da globalização, da afluência populacional, da exclusão dos diversos níveis sociais. Porém, violência não é um fenômeno púbere na sociedade brasileira ou no mundo. Ela pode, sim, ser controlada, combatida com eficiência e dentro do patamar de aceitação social, mas extingui-la por completo, ou baixar os índices criminais na sua totalidade, é querer acreditar em algo impraticável. Por isso, expresso na sua forma elementar e simples como neste escrito, de forma a ser entendível pela sociedade e, principalmente, moldada na realidade que pode ser constatada em nível de pesquisa e análise social em convencimento deste. Não há conceito mais acertado para a compreensão de um tema polêmico do que entendermos suas origens e principalmente com a participação da sociedade em representação da Lei maior – art. 144 CF/88 “Segurança Pública é dever do Estado, direito e responsabilidade de todos”.

(*) policial militar da PMMG; bacharelado em Gestão da Segurança Pública e Privada

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