“A Cultura pode parecer enganosamente supérflua ou até desnecessária, um luxo num planeta consumido cronicamente pela violência e pela fome. Para os regimes autoritários, ela sempre representou ameaça, por sua insistência em levar os homens a pensar e, mais do que tudo, a pensar livre e democraticamente”. Palavras do professor Arnaldo Niskier, cadeira 38 da Academia Brasileira de Letras, entre inúmeros títulos.
Apesar de o tema ser fundamental para o desenvolvimento social de todas as pessoas, em todo o mundo, não deixa de ser indigesto aos governantes. É com esse entendimento que o brasileiro acompanha com “um pé na frente, outro atrás” as promessas envoltas nos pacotes culturais em época de eleições, alardeados de ponta a ponta desse querido país. Como acreditar se de um lado presenciamos as Leis Rouanet, Aldir Blanc e Kandir, simplesmente, serem extintas numa canetada, e de outro lado, curiosamente, surgem promessas de que todos os municípios do rincão brasileiro, todos eles, serão “premiados” com uma secretaria ou departamento. Quem não gostaria que fosse verdade? Sei não...
Diante de uma realidade geral desalentadora, quem não iria soltar fogos (isso não pode) caso estas promessas se concretizassem?
Conforta-nos saber que, diante de uma cruel e desalentadora realidade, em alguns estados e municípios, a iniciativa privada se faz presente com projetos culturais dos mais representativos para o desenvolvimento integral das pessoas, daí a substituição de atitudes inteligentes e meritoriais. Recentemente, assistimos pela TV festas tradicionais marcando presença na defesa das tradições fabulosas dos estados do Norte e Nordeste, entre outros.
Houve um tempo aqui na nossa querida Uberaba em que voluntários eram convidados a apresentarem sugestões. Choro na Praça, Choro nas Escolas, Visita Musical aos Hospitais e Creches, Catirando, Raízes Sertanejas são pequenas amostras culturais que deram certo.
Atualmente, observamos que o leque cultural está desabrochando. Refiro-me à derrubada do veto presidencial pelo Congresso Nacional ao aprovar a Lei Paulo Gustavo, que incentiva a cultura. Ótimo!
Osmar Baroni
Cirurgião-dentista/Integrante da Academia de Letras do Triângulo Mineiro e da Sociedade Brasileira dos Dentistas Escritores
