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O filme é mais importante que a fotografia

Nilson de Camargos Roso
Publicado em 01/12/2023 às 18:55
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O sentido do título é figurado, pois enquanto a fotografia demonstra apenas um momento fixo de um fato, o filme julga o ocorrido ao longo do tempo, sendo amplo e comprometido com a realidade do aludido fato. O filme comprova a visão de futuro e a estratégia de uma empresa. 

A Unimed Uberaba foi criada em 19 de junho de 1971, dentro da Sociedade de Medicina e Cirurgia de Uberaba (SMCU). Os seus 61 fundadores eram todos sócios da SMCU e a ata de fundação está com os nomes e assinaturas de todos esses fundadores em cópia afixada na parede da sala do presidente da Unimed. 

“Começar no princípio sempre foi uma boa opção”, frase do professor pneumologista e pesquisador do CNPq, Mário Rigatto, quando iniciava nos congressos a sua aula de Equilíbrio Ácido-Básico. Já “o começo do princípio da Unimed Uberaba” ocorreu sob a proteção da SMCU, não pagando aluguel, água, luz e telefone na sede da mesma. Nesse começo, cada cooperado admitido dava um voto de confiança, pois havia incertezas sobre o futuro da cooperativa. Porém, lentamente, a Unimed cresceu. Em 1980, eu era o presidente da SMCU. Verifiquei que o segundo andar da sede da SMCU era ocupado pela Unimed: uma sala e corredor com inúmeros armários e mesas. Os telefonemas recebidos eram quase sempre para a Unimed, assim como cada toque de campainha à porta. Pessoalmente, procurei o presidente da Unimed, oferecendo a ele a sala de propriedade da SMCU, na confluência da rua Arthur Machado com a rua Lauro Borges, no conjunto Fausto Salomão, onde não pagaria aluguel. O então presidente da Unimed recebeu mal a proposta. Perguntou-me se eu estava expulsando a Unimed de dentro da SMCU. Respondi que não, pois a referida sala era ampla, com mais conforto para a Unimed. Enfim, mudou para a sala oferecida, permanecendo ali por poucos anos, pois a Unimed continuara crescendo, alugando uma casa na avenida Leopoldino de Oliveira, vindo, anos depois, a adquirir a mesma. 
Tempos atrás, um colega me disse que a Unimed não precisava construir sua sede. Ele apenas viu a fotografia do momento, mas o filme provou que realmente foi necessária a construção, pois a Unimed ainda necessita alugar outros imóveis para desempenhar o seu papel. 

Outros exemplos de quem somente viu a fotografia e se esqueceu do filme:
1- a rodovia Anchieta, que liga São Paulo a Santos, foi construída de 1947 a 1953, mas a fotografia dizia que seria completamente usada somente no ano 2000. No entanto, em 1970 o filme mostrou que ela já estava saturada;
2- a fotografia mostrou que no novo Fórum de Uberaba sobraria espaço, mas o filme provou que, graças à informatização do mesmo, às audiências “on-line” e à construção do edifício da Promotoria, está atendendo de maneira condizente, mas sem sobrar espaço;

3- em 1997, como diretor da FMTM, solicitei à arquiteta responsável pela planta do novo Ambulatório Maria da Glória (AMG) que este deveria ter quatro andares, devido às necessidades futuras. Porém, a nova administração da FMTM aceitou a planta atual. Conclusão: o atual AMG não consegue atender toda a demanda das diversas especialidades médicas, pois pensaram na fotografia de 1997, mas se esqueceram do filme no terceiro milênio.

Felizmente, o filme da Unimed foi muito superior à fotografia, pois hoje ela tem 1.200 colaboradores, 515 cooperados, 112.000 beneficiários, além de ser a maior recolhedora de impostos em Uberaba.

Nilson de Camargos Roso
Doutor em Anestesiologia; professor aposentado pela UFTM
[email protected]

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