Para mim, todos os dias são dias de ser mulher, de ser humana, de ser líder da minha própria vida. Todo dia é dia de liderar minha vida!
Liderar é um ato diário — um exercício constante de coragem, consciência e amor-próprio. E não falo apenas da liderança que o mercado reconhece ou premia, mas daquela silenciosa, que acontece dentro de mim: quando escolho levantar da cama mesmo sem vontade, quando decido seguir em frente apesar dos medos, quando acolho minhas próprias vulnerabilidades com respeito e carinho.
Ser mulher nesse contexto tem um peso e, ao mesmo tempo, uma leveza única. Vivemos em uma sociedade onde, por muito tempo, nos ensinaram que precisamos provar nossa capacidade, nosso valor, nossa competência.
Primeiro para os outros. Depois — e talvez mais dolorosamente —, para nós mesmas. Mas, hoje, com o que aprendi e venho aprendendo todos os dias, entendo que não preciso provar nada para ninguém. Nem para a sociedade, nem para mim. Basta ser. E ser por inteiro.
O autoconhecimento tem sido o fio condutor da minha jornada. Através dele, compreendo quem sou, o que amo, o que rejeito, aonde quero chegar e onde prefiro não estar. Conhecer meus limites, minhas forças e minhas fragilidades me traz clareza para escolher com mais consciência como conduzir minha vida pessoal e profissional — mesmo sabendo que, às vezes, vou errar, mudar de rota, recomeçar.
Entendo que somos seres integrais, que misturam sonhos e medos, razão e emoção, trabalho e vida pessoal, numa dança constante. E quanto mais eu me conheço, mais segura me sinto para dançar essa música incerta que é viver e liderar.
Não romantizo a caminhada. Há dias em que tropeço, em que o medo me paralisa, em que o cansaço pesa. Mas nesses momentos, encontro força dentro de mim, nos laços que cultivo com as pessoas que amo, nos sonhos que ainda me fazem brilhar os olhos, na espiritualidade que me conecta com algo maior, no propósito que pulsa no meu peito.
Liderar minha vida não é sobre estar no controle o tempo todo. É sobre escolher, com coragem e consciência, recomeçar todas as vezes que for preciso. É sobre permitir-se ser inteira — forte e frágil, destemida e insegura, racional e emocional — e honrar cada pedaço do que sou.
Celebro a mim mesma, celebro todas nós que, silenciosamente ou em alto e bom som, escolhemos liderar nossas vidas, com autenticidade e coragem, um passo de cada vez.
Porque, no final, é essa liderança que realmente transforma o mundo: aquela que começa de dentro para fora, que começa dentro da gente e que nos permite transformar o meio no qual vivemos, as vidas as quais tocamos e as organizações as quais lideramos de um jeito único e singular.
Mayla Amorim
