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A perfeição que nos cansa – e o Burnout que nos acorda

Mayla Amorim
Publicado em 26/06/2025 às 18:00
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Em uma conversa recente com minha terapeuta, fui provocada por uma pergunta simples, mas poderosa: “Qual é o limite da perfeição?”.

A verdade é que muitas vezes não sabemos. Seguimos exigindo mais de nós mesmos, como se houvesse um padrão ideal a ser alcançado — mas a perfeição, além de inalcançável, é subjetiva. O que é perfeito para mim pode ser insuficiente para o outro.

Na mesma semana, essa reflexão ganhou forma na ficção.
Na novela Vale Tudo (reexibição da TV Globo), um personagem — dono da agência de conteúdos Tomorrow — sofre uma crise de Burnout. E o que chama atenção é que o colapso não se dá apenas pelo excesso de trabalho ou pela má alimentação, mas pela desconexão de si mesmo.

Assim como acontece com muitos líderes da vida real, ele se perde em meio a um problema da vida pessoal, às demandas e pressões. Esquece que somos seres integrais — corpo, mente, emoção e alma — e que ignorar ou querer compensar em qualquer uma dessas partes cobra um preço alto.

Por isso, o autoconhecimento é um recurso indispensável. É ele que nos lembra que:

Nem tudo precisa estar em “modo excelência” o tempo todo;
Não somos máquinas;
E não faz sentido liderar pessoas se não conseguimos cuidar de nós.

Líderes que não olham para si criam ambientes baseados na cobrança, na insegurança e na falta de escuta. E isso afeta diretamente a marca empregadora.

Mais do que ações de marketing ou prêmios de “melhores empresas”, a verdadeira marca empregadora é construída no dia a dia, pela forma como as pessoas são tratadas. É sobre segurança psicológica, coerência e humanidade. É sobre líderes que reconhecem seus limites, validam os limites dos outros e criam espaços de confiança.

A crise do personagem na novela e minha própria reflexão mostram que a perfeição não nos fortalece — nos esgota. O caminho está no equilíbrio e no autoconhecimento. Quando líderes se permitem ser reais, as empresas se tornam mais humanas. E marcas humanas são, acima de tudo, marcas fortes.

 
Mayla Amorim

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