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Quarentena?... Socorro!!!

Marco Antônio de Figueiredo
Publicado em 22/05/2020 às 06:51Atualizado em 18/12/2022 às 06:28
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Há poucos dias, em uma troca de ideias no grupo de WhatsApp denominado Política Uberaba 2020, surgiu um debate sobre isolamento social, quarentena e suas consequências.

As mensagens me despertaram tal curiosidade que, além de estudar a respeito do assunto, também fiz questão de procurar profissionais, para esclarecer as dúvidas que borbulhavam e explodiam em minha cabeça.

Quem acompanha os noticiários deve ter conhecimento de um posicionamento da ONU, no dia 12 deste mês de maio, onde Devora Kestel, diretora do Departamento de Saúde Mental da Organização Mundial da Saúde (OMS), afirmou que "o isolamento, o medo, a incerteza, o caos econômico – todos eles causam ou podem causar sofrimento psicológico".

Ao apresentar um relatório e uma diretriz da ONU a respeito da Covid-19 e da saúde mental, Kestel disse que um aumento no número e na gravidade de doenças mentais é provável, e que os governos deveriam colocar a questão "na linha de frente" de suas reações, pois a saúde mental e o bem-estar de sociedades inteiras foram seriamente impactados por esta crise, tornando prioridade a ser abordada.

Diante das afirmações científicas prestadas na ONU por Kestel, procurei entrar em contato com um amigo psiquiatra, segundo o qual, em linhas gerais e pelo que pude entender, essa pandemia – assim como o isolamento social – pode trazer pressões psicológicas de ansiedade e depressão, que afetam também profissionais da saúde, pois a imprevisibilidade causa medo.

Mesmo com os excelentes esclarecimentos recebidos, continuei minha pesquisa e encontrei um relatório da OMS afirmando que muitas pessoas estão atormentadas com os impactos de saúde imediatos e as consequências do isolamento físico, temendo infecções, morte e a perda de familiares.

Além do medo, do isolamento social, não podemos esquecer que milhões de pessoas estão enfrentando problemas econômicos, perderam ou correm o risco de perder seus rendimentos e sustentos, aumentando ainda mais os sintomas de ansiedade, depressão, raiva e solidão.

Diante de tantas consequências, questionei um psicólogo se isto justifica a reação dos que não estão aderindo ao isolamento social... e me foi dito que a falta de provas e a descrença na política governamental da saúde são fatores que incentivam as pessoas a romperem o isolamento.

Parei por minutos, horas... descobri que estou em quarentena há 67 dias. Socorro!!! Mas... uma música ao fundo me trouxe a realidade ao ouvir Beto Guedes cantar: “Vem que tá na hora de arrumar... Quero viver mais duzentos anos, quero não ferir meu semelhante e nem por isso quero me ferir... vamos precisar de todo mundo pra banir do mundo a opressão e construir a vida nova. Vamos precisar de muito amor...”.

Marco Antônio de Figueiredo

Advogado e articulista

marcoantonio.jm@uol.com.br

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