O tempo, a vida e as palavras

Publicado em 29/03/2023 às 19:09
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Escrever é a coisa que mais gosto de fazer desde a minha adolescência. O fato é que, por um determinado período, eu deixei de escrever aqui neste espaço, recolhendo-me e me dedicando a outras atividades.

Mas o silêncio já estava me perturbando, chegando a ponto de começar a acordar nas madrugadas em busca de algo que não sabia o que era, até sentar novamente em frente ao notebook e deixar a imaginação fluir. 

Dentre os fatores que me fizeram voltar, o principal certamente é o desejo de compartilhar minha visão e experiência sobre assuntos muitas vezes subvalorizados ou deturpados, que eu discordo/concordo e desejo comentar em segmentos como: a política atual, os anarquistas que se julgam analistas políticos, as redes do esgoto político, os ratos e vermes que já transitam pelas manilhas de olho nas próximas eleições, os zumbis que aparecem somente nos anos eleitorais, etc.

Carlos Drummond já disse que “lutar com palavras é a luta mais vã, no entanto lutamos mal, ainda assim rompe a manhã”.

Creio que Drummond devia estar pouco inspirado ou estava de mau humor, mas a luta com palavras não é vã, exceto para rimar com manhã.

Muitos afirmam que palavras são somente palavras, mas para mim palavras não são só palavras, são êxtases, informações, base de confiança, ensinamentos...

Foi com palavras que Jesus mudou o mundo, assim como que foi com palavras, também, que Marx escreveu o Manifesto Comunista.

Encontrei novamente o que me faltava para completar a vida, as palavras e com elas o tempo passa nos melhores momentos de nossas vidas.

Pensando bem em vida, somos prisioneiros das palavras e do tempo, esse tempo eterno e ao mesmo tempo passageiro.

A verdade é que a vida nos ensina o tempo todo, em todos os aspectos e, por mais desatentos que sejamos, ela nos ensina, e como ensina!

De modo geral, a regra é esta: à medida que envelhecemos, nós nos tornamos mais ranzinzas, mal-humorados e impacientes, pois, à medida que o tempo passa, adquirimos novos conhecimentos e experiências, analisamos, avaliamos e, por fim, decidimos continuar os mesmos, solidificando a ideia de que no “nosso tempo” que era e é o ideal. Prefiro acreditar que não é bem assim.

Comungo com a acadêmica da ALTM Vilma Duarte que as palavras são crianças que brincam dentro de nós.

Quando escrevemos com e por paixão, as palavras sobem do coração para os olhos, saindo muitas vezes molhadas de saudade, tornando gosto e temperos do dia a dia, deixando na alma o cheiro, a cor e a textura da vida.

Por isto escrevo a vida, vivenciando cada instante deste meu tempo, com palavras que nascem a cada amanhecer, fazendo delas minhas companheiras diárias e, se Deus permitir, amando-as até o anoitecer de minha existência.

 Marco Antônio de Figueiredo

Articulista do Jornal da Manhã

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