Todos nós sabemos que nem tudo acontece da forma ou do jeito que gostaríamos que fosse, mas não fazer nada para que aconteça o que almejamos é, no mínimo, reprovável. Nem sempre temos "vontade suficiente” para entender e aceitar determinadas circunstâncias que a vida nos impõe, mas temos sim, a obrigação de buscar, aperfeiçoar e digerir o que parece ser imutável. Não sei se é por este caminho, mas se fosse possível “levantar uma bandeira” e quem sabe, forçar os “letárgicos e incompetentes” deputados, hoje, eleitos por nós, a elaborar uma nova lei, ou ainda acreditar que o Poder Judiciário fará cumprir as leis atuais, capaz de garantir a todo cidadão, conhecer essa epidemia camuflada, esse inimigo traiçoeiro, essa ameaça constante que está bem diante de nossos olhos, que muitas vezes se apresenta na forma de excesso de velocidade, ou na imprudência de alguns “ases do volante”. Não dá para apontar a irresponsabilidade deste ou daquele motorista, seja ele profissional ou amador, “macho ou fêmea”, no volante de duas, quatro ou dezenas de rodas. Na realidade, generalizou-se a falta de educação e de respeito ao próximo e consigo mesmo no trânsito por toda a cidade. Nas portas das escolas então, a educação, às vezes, quando existe, fica do lado de dentro. Educação... Onde está a educação? O que vemos nos dias de hoje é a banalização da pessoa do “mestre”, considerado um adversário fraco e indefeso para certos alunos que sempre os agridem fisicamente e com palavras, sempre protegidos pelos “responsáveis-pais” ou autoridades prontas a defender os agressores, que tudo fazem para ver suas fotos divulgadas pela mídia sensacionalista, sempre sedenta de notícia. Voltando aos pilotos recalcados e inconsequentes, fica a curiosidade quanto ao valor correspondente à vida, rotulado por aqueles que confundem dirigir com “decolar o possante ou a máquina”; entre ser motorista ou um criminoso em potencial; usar com consciência o veículo como meio de transporte ou como uma arma letal. Fica a dúvida no ar: o que poderia ser feito para mudar esta “filosofia de vida” em que todos querem “viver perigosamente” quando assumem o volante de um veículo? Uma política mais severa e fiscalizadora seria suficiente para mudar essa realidade tão deprimente? A verdade é que já não se ensina mais o que é ser motorista. A comercialização do ensino e a educação no trânsito estão mais preocupadas com o lucro do que educar e conscientizar quanto aos direitos e deveres inerentes ao motorista. Onde estão às inserções na mídia mostrando que as vítimas de acidente de trânsito não são somente estatísticas numéricas, mas sim perdas existenciais e sociais? Pelo contrario, ao ligarmos a televisão, assistimos cenas de violência, de corrupção, abuso de menores, de violência moral, ou novelas e reality shows, que nos deixam chocados, porém, anestesiados diante da massificação diária desta banalização da vida, onde a visão de um acidente de carro, com vítima fatal, transformou-se em produto barato ou simplesmente numérico. Temos que refletir... Não sei como fazer ainda..., mas sei que mais cedo ou mais tarde alguma coisa tem de mudar.